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Plataforma de caronas BlaBlaCar avança 60% em Minas

Alta demanda por viagens intermunicipais consolida Minas Gerais como o segundo maior mercado da plataforma
Plataforma de caronas BlaBlaCar avança 60% em Minas
Resultado, segundo a diretora-geral da BlaBlaCar no Brasil, Tatiana Mattos, é um caminho natural, já que Minas Gerais possui o maior número de municípios do Brasil | Crédito: Divulgação Davide Leggio

Impulsionada pela recuperação do turismo, a plataforma de caronas BlaBlaCar colhe bons resultados em Minas Gerais apostando no uso híbrido de serviços de mobilidade, que agora também conta com marketplace de passagens rodoviárias. Com a ampliação do portfólio, no segundo trimestre de 2024 a empresa registrou aumento de 60% no número de viagens no Estado em relação ao mesmo período de 2023.

Neste ano, o território mineiro também se tornou o segundo maior mercado da BlaBlaCar no Brasil, ultrapassando o Rio de Janeiro e ficando atrás apenas de São Paulo, alcançando 97% da cobertura estadual. O resultado, segundo a diretora-geral da BlaBlaCar no Brasil, Tatiana Mattos, é um caminho natural, já que Minas Gerais possui o maior número de municípios do Brasil, além da maior malha rodoviária e frota de ônibus para deslocamentos em mobilidade.

Além da ampla possibilidade de demanda, uma das principais vantagens competitivas citadas é o crescimento na adesão de passagens rodoviárias a partir da base de clientes de carona. “Hoje, mais de 60% da nossa base de clientes de ônibus vieram da carona, que podem adquirir passagens em 215 empresas parceiras, sendo 31 em Minas Gerais”, pontua Tatiana Mattos.

O resultado demonstra que os atuais usuários aderiram ao novo produto, especialmente entre o público majoritário da plataforma – de 18 a 40 anos -, porém com crescimento acentuado entre o perfil acima desta faixa etária, que buscam principalmente por viagens interestaduais. Em Minas Gerais, as rotas mais movimentadas na plataforma de mobilidade são Juiz de Fora – Rio de Janeiro e Belo Horizonte – Rio de Janeiro.

Apesar do franco crescimento, a executiva avalia que ainda existe muito espaço para avançar, especialmente no mercado digital do transporte rodoviário, que vem se consolidando como uma das principais apostas da plataforma para os próximos anos. “Estimamos que no mercado rodoviário cerca de 60% a 70% das passagens ainda sejam compradas no mercado offline”, destaca.

Com a digitalização, a expectativa é que alguns gargalos para clientes e corporações de transporte sejam superados. Além de beneficiar passageiros, que não precisam se deslocar até as rodoviárias, os parceiros podem conseguir planejar melhor as operações, gerando maior economia para as empresas.

Para 2025, a expectativa é alcançar todo o território mineiro, além de fortalecer cada vez mais o uso híbrido da plataforma, que hoje conta com mais de 20 milhões de usuários no Brasil e realiza cerca de 30 mil rotas para viagens entre municípios. “Minas Gerais, sem dúvidas, é um dos nossos mercados-chave. A nossa relação com o poder público e parceiros locais é ótima e a ideia para os próximos anos é continuar estreitando esse relacionamento”, acrescenta Tatiana Mattos.

Futuro passa pela mobilidade sustentável e regulamentação do mercado de carbono

A conexão entre motoristas e passageiros viabilizada pela BlaBlaCar vai além da proposta de reduzir custos e facilitar o tráfego nas grandes cidades. Em 2023, a empresa deixou de emitir 2 milhões de toneladas de CO2 nos mais de 20 países em que atua – uma melhora de 17% na comparação com 2022.

Grande parte desse benefício, segundo Tatiana Mattos, é resultado da ampliação das viagens compartilhadas em solo brasileiro, que hoje é o maior mercado da marca. “Para que a gente construa uma mobilidade sustentável, que possibilita menos tráfego, maior economia e menos emissões de poluentes, a multimodalidade é importante, especialmente para países continentais como o Brasil”, argumenta.

Ao comparar com 2006, o primeiro ano de atividade da empresa, a executiva acrescenta que os avanços foram possíveis depois que pauta de sustentabilidade saiu do estereótipo do ativismo e hoje se tornou amplamente discutida. “O tema é uma urgência e todo mundo acaba criando algum tipo de responsabilidade. As empresas precisam trabalhar sobre sustentabilidade, mas a pessoa física também está cada vez mais preocupada com isso”, ressalta.

Para os próximos anos, a empresa espera que as discussões avancem no Brasil, acompanhando os saltos já conquistados no continente europeu, especialmente no que tange a construção e regulamentação do mercado de carbono. “Isso é absolutamente imprescindível e a mobilidade sustentável faz parte da redução da emissão de carbono hoje no planeta. Espero que nos próximos anos a gente consiga estreitar essa conversa para um debate público-privado eficaz”, finaliza a diretora.

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