Polo de Nova Serrana prevê produção menor em 2018

O polo calçadista de Nova Serrana, localizado na região Centro-Oeste de Minas Gerais, espera fechar 2018 com queda na produção. Com aproximadamente 105 milhões de pares produzidos em 2017, uma redução de 5% em relação a 2016, a estimativa do Sindicato Intermunicipal da Indústria do Calçado de Nova Serrana (Sindinova) é de produzir apenas cerca de 90 milhões de pares neste ano.
Segundo o presidente do Sindinova, Pedro Gomes, além da instabilidade do cenário econômico no País, a paralisação nacional dos caminhoneiros, que aconteceu no final de maio, causou um grande impacto negativo no setor, com pouca possibilidade de recuperação até o fim do ano.
“Conseguimos manter a estabilidade no início do ano, mas a greve dos caminhoneiros atrasou a entrega de mercadorias e levou a cancelamentos de pedidos. A demora para reposição dos produtos e o mercado em baixa por causa da crise levaram a uma queda nos últimos 90 dias”, explicou.
Apesar desse contexto, Gomes ressalta que a produção do polo está razoável e que, no último mês, foi observada uma melhora devido a uma movimentação natural motivada pelas festas de fim de ano.
A expectativa é de que a definição das eleições ajude o setor a seguir esse ritmo de crescimento, porém, não há previsão de compensar as perdas do resto do ano.
“A indústria precisa de espaço para trabalhar e de honestidade para que os recursos dos nossos impostos sejam revertidos em benefício da população, especialmente dos trabalhadores. As definições após a eleição podem trazer uma clareza maior de como vamos começar o ano que vem”, afirmou o presidente do Sindinova.
Desenvolvimento de exportações – A alta do dólar, que tende a tornar os produtos brasileiros mais competitivos, ainda não é um fator relevante para impulsionar a produtividade das empresas do polo calçadista de Nova Serrana, na avaliação do presidente do Sindinova, Pedro Gomes.
O polo, que reúne 12 cidades e 1.200 empresas, com geração de 25 mil empregos, exporta somente cerca de 3% do volume total das vendas. Atualmente, as indústrias exportam para países como Colômbia, Peru e Chile e, segundo Gomes, há planejamento de iniciar ações mais eficazes para fechar negócios com países da Europa.
“Ainda não há uma cultura de exportação no polo calçadista. Com a alta do dólar, quem já tem o negócio fechado e está produzindo tem um retorno vantajoso. No entanto, as empresas que precisam comprar matéria-prima na tentativa de fechar negócio, não conseguem resultados significativos”, destacou.
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