Por descarbonização, Natura vai criar centro inovação na Amazônia

A empresa de cosméticos e beleza Natura & Co pretende inaugurar um centro de inovação e pesquisa em bioativos na Amazônia, em 2025, durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA), anunciou o CEO da empresa, João Paulo Ferreira, durante evento de fim de ano da Natura, realizado em São Paulo.
A iniciativa faz parte de uma revisão das metas no plano de transição climática da empresa, que antecipou em 20 anos – de 2050 para até 2030 – o compromisso de zerar as emissões diretas de carbono, assumido no Acordo de Paris. A visão da empresa de cosméticos agora, aponta o CEO, é falar em regeneração, não mais em um impacto positivo.
Para cumprir a meta, declarou João Paulo Ferreira, a Natura vai investir em inovação. Ele apontou que o Ecoparque, complexo industrial de pesquisa da empresa na Amazônia, construído há uma década, já não consegue atender mais toda a demanda da empresa. “A gente quer atrair outras empresas para fazer parte do ambiente de pesquisa, com as comunidades extrativistas”, disse em pronunciamento durante o evento.

“Nós estamos construindo um novíssimo centro de inovação e pesquisa de bioativos na Amazônia, que será inaugurada até a COP30, se a chuva permitir e os engenheiros se mantiverem no próprio cronograma, para poder servir de polo de inovação da biodiversidade, que é uma das vocações desse País”, completou.
O vice-presidente Brasil da Natura, Agenor Leão, apontou que a empresa tem um bom desempenho no ano. A Natura & Co fechou o último trimestre com receita de R$ 6 bilhões, alta de 17,4% em comparação ao mesmo período de 2024. “A nossa expectativa para o ano que vem é muito positiva […], a gente tem uma inovação muito presente, tem um momento de marca muito forte, então a gente acredita que esse ritmo seguirá”, disse.
Apesar do período registrar aumento de 15% do lucro líquido na comparação ano a ano, a Natura obteve prejuízo líquido de R$ 7 bilhões no terceiro trimestre de 2024, o que reverteu o lucro de R$ 6,7 bilhões do mesmo período de 2023. De acordo com a empresa, o prejuízo foi um efeito não-recorrente e não-caixa relativo à desconsolidação da Avon Produtcs Inc. (API), subsidiária da Natura & Co, que entrou em recuperação judicial nos Estados Unidos.
O processo de Chapter 11 da Avon nos EUA, declarou Agenor Leão, está equalizado e não afeta as operações da marca no País. “De forma alguma. Você vê a potência que a gente tem trazido pra Avon no Brasil, essa recuperação que a gente tem visto da marca, que tem, inclusive, o Centro de Inovação hoje, tá presente no Brasil, pra América Latina. Então a América Latina, como um todo hoje, opera, independente das questões internacionais’, finalizou.
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