Setor de turismo exige resiliência após crise sanitária global

Termina hoje a 5ª edição do “Seminário Cidades e Destinos Inteligentes 2022”, promovido pela Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur). O evento realizado no Museu das Minas e do Metal, no Circuito Praça da Liberdade (região Centro-Sul), buscou fazer um retrato das perspectivas e desafios das cidades e destinos inteligentes na América Latina, impactadas pela pandemia em tempos de mudanças climáticas. A inclusão digital e o direito à cidade impõem novos desafios aos municípios, somados a tantos outros nascidos e alimentados em um passado histórico de desigualdade e subdesenvolvimento.
Na primeira parte do encontro, experiências internacionais foram o destaque. “Territórios em transição – estratégias de inovação na gestão pública das cidades inteligentes em tempos disruptivos”, reuniu o diretor de Inovação e especialista em Govtech do Laboratório de Inovação Pública e Social do Município de Córdoba (Argentina), Hernán Matías Perin; e o secretário Municipal Adjunto de Planejamento, Orçamento e Gestão de Belo Horizonte e subsecretário de Modernização da Gestão, Jean Mattos.
Já o painel “Novos modelos de fomento público para inovação e inclusão nas cidades inteligentes – apresentação de casos exemplares”, trouxe as apresentações: “Inclusão digital para todos – Projeto Vila + Conectada de Belo Horizonte”, realizada pelo presidente da Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte (Prodabel), Leandro Garcia. “Fundo Córdoba Cidade Inteligente (CCI), uma experiência pioneira na América Latina”, também com Hernán Matías Perin.
“O CCI é formado por 1% da taxa de Comércio e Indústria e pode receber aportes de outros entes institucionais. As 10 primeiras startups selecionadas já foram investidas em US$ 1,17 milhão, divididos em cotas iguais. Os editais são abertos para startups de toda a América Latina, mas para receber os recursos, as aprovadas precisam abrir um escritório na cidade e contratar pelo menos um colaborador local. A nossa visão é que a cidade de Córdoba se converta em um grande laboratório de inovação para a América Latina”, explicou Perin.
Na segunda parte foram tratados os temas “Dos observatórios de turismo a construção de SID (Sistema de Gestão de Destinos) – os desafios da gestão e coleta de dados para a transformação de destinos turísticos”, com a vice-presidente da Associação Nacional dos Secretários e Dirigentes Municipais de Turismo (Anseditur), e representante do Instituto Municipal de Turismo de Curitiba, Tatiana Turra Korman; o superintendente de Turismo de Florianópolis, Vinícius De Luca Filho; a gestora e pesquisadora no Observatório de Turismo do Recife (Otrec), e Manuella Carolina Costa de Oliveira; e mediação de do professor da Universidade da República do Uruguai, Claudio Quintana.
“Uma primeira barreira a ser rompida para a construção de uma cidade inteligente é a da humildade. O poder público precisa admitir que não sabe tudo e que não dá conta sozinho. Precisa contar com a parceria dos demais atores sociais. Ser uma cidade inteligente não é uma questão de tecnologia – ela é um meio – mas de como criamos a melhor versão de Belo Horizonte para quem mora e para quem visita a cidade”, analisou Mattos.
“Turismo Futuro BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) – Construindo os alicerces para a competitividade, sustentabilidade e resiliência do novo turismo”, juntou a coordenadora do Observatório do Turismo de Fortaleza, Suemy Andrade Vasconcelos, o diretor-geral de Promoção de Córdoba/Argentina, Francisco Tomás Marchiaro; e o diretor do projeto DTI destino turístico inteligente de Arequipa (Peru) do programa Turismo Futuro do Banco Interamericano de Desenvolvimento BID, Sergio Juan Salas Yaro. Apresentação e mediação da especialista Líder de Turismo – BID Brasil, Juliana Bettini Vicente.
“Não é possível falar em transformação e inclusão digital se uma parte da população não tiver acesso à tecnologia. Temos que pensar em quem está fora. Para estar incluído digitalmente são necessários três pilares: conexão, dispositivo e capacitação. Apenas usar a tecnologia não é estar incluído. É preciso fazer parte da cadeia de produção”, pontuou Garcia.
Agenda
Hoje o evento terá a parte da manhã focada em experiências sul-americanas. Na abertura: “Inovação, Criatividade e Destinos Turísticos Inteligentes na América do Sul – modelos de gestão e melhores práticas”. Logo depois, “Informação Turística Inteligente”. Na sequência: “Gastronomia e inovação: o enfoque interdisciplinar do Centro de Investigação, Inovação e Formação Gastronômica de Arequipa (Peru)”. E, por fim, “O Turismo Urbano em Córdoba, políticas sociais e meio ambientais da retórica à rua”.
Já a parte da tarde vai se concentrar sobre Belo Horizonte, abrindo com o “Diagnóstico e perspectivas do Plano de Transformação Digital do Turismo de Belo Horizonte”; seguido pela apresentação “Rede Iberoamericana de Destinos Turísticos Inteligentes – uma rede colaborativa para o desenvolvimento do modelo de gestão turística”. No encerramento: “Gestão e governança alinhadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – por uma política pública de Destinos Turísticos Inteligentes no Brasil”.
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