Praça Mineira une cultura e gastronomia

Na gôndola produtos como queijo, goiabada e cachaça mineira. Nas embalagens e na decoração referências que remetem à casa das avós no interior do Estado, mas também à agitada Belo Horizonte. Na Praça Mineira, que fica no terminal 1 de passageiros do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na região metropolitana, o regionalismo é o diferencial dos empresários, que apostam no consumo ligado ao afeto pela cultura mineira.
O coordenador de novos negócios do aeroporto, Lucas Malachias, explica que a Praça Mineira foi idealizada há cinco anos como estratégia comercial da BH Airport, concessionária que administra o aeroporto. Segundo ele, o terminal em Confins é o primeiro no Brasil a explorar um espaço “sense of place”, que explora o sentimento de pertencimento à terra mineira ou simplesmente a admiração pela rica cultura do Estado.
“Somos pioneiros em explorar o regionalismo dessa forma em um aeroporto. Aqui, as pessoas chegam e já identificam que as operações comerciais possuem identidade regional”, frisa. Segundo ele, a praça é composta por seis operações: a Leve Minas, que comercializa doces, queijos e outros artigos da gastronomia mineira; a Arte Minas, que é especializada em artesanato; a Frau Bondan, que comercializa doces e chocolates e tem embalagens que fazem referência ao Estado; a Ehven Pedras, que vende acessórios com pedras mineiras; a Cachaçaria e Cervejaria Drink it e a Tudo é Passageiro, que é uma loja de presentes de última hora.
O coordenador destaca que o número de clientes e vendas cresceram de forma significativa nas lojas nos últimos anos, embora não possa compartilhar números. Ele destaca que a praça acabou ampliando e abarcando áreas ao lado com a inauguração de outros três empreendimentos com aposta no regionalismo. São eles o Restaurante Vila Francisca, especializado na comida mineira, o Café Expresso Mineiro e a loja de artigos esportivos Bola Show, onde os clientes podem encontrar diversos itens dos três maiores times do Estado.
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Sócio-proprietário da Bola Show, Fred Moura acredita que o apelo ao regionalismo é um importante chamariz para o negócio no aeroporto. Ele afirma que a loja teve um desempenho positivo no ano passado, quando cresceu 20% em faturamento em relação a 2017. “No ano passado saímos de um quiosque e passamos a ocupar uma loja, o que trouxe mais destaque para os nossos produtos. Acredito que o espaço com tema regional chama a atenção das pessoas e, automaticamente, para a nossa loja, pois o futebol é uma das marcas de Minas Gerais”, afirma.
Na Frau Bondan as referências ao Estado e à capital mineira estão nas embalagens dos doces, biscoitos e chocolates. Na coleção Minas Gerais, por exemplo, há imagens como namoradeiras e galinhas da angola. Há também a coleção Pampulha, com imagens da lagoa e da Igreja São Francisco, que estão entre os principais pontos turísticos da cidade. O proprietário, Daniel Pedrosa, afirma que o ano de 2018 foi de crescimento para marca. Tanto que ele abriu uma cafeteria com o mesmo nome “Frau Bondan”, mas dessa vez na área de desembarque 2. “A cafeteria também traz o toque mineiro em seus produtos, como broa de queijo, bolo de milho e broa de fubá”, afirma.
Uma das lojas que mais atrai os olhares de quem passa pelo terminal 1 de passageiros é a Leve Minas, que traz uma decoração que é uma verdadeira homenagem ao Estado. O escritório de arquitetura Estela Netto é quem assina o projeto, que traz elementos como uma receita de pão de queijo afixada na parede e uma cerâmica que faz referência à arquitetura colonial e lembra as fazendas do interior do Estado.
“Nossa experiência mostra que os projetos voltados para os pontos de venda são importantes na decisão de compra. A arquitetura e a decoração são a oportunidade que o empresário tem de ‘espacializar’ os conceitos e se comunicar com o cliente. Entendemos que a venda é muito mais que o produto: quem passa por ali quer, na verdade, levar um pedaço de Minas Gerais e por isso a ambientação é tão importante”, explica a arquiteta Estela Netto.
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