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Prática de mindfulness pode conter gatilho da síndrome do pânico

Prática de mindfulness pode conter gatilho da síndrome do pânico
Crédito: Freepik

A síndrome do pânico é um dos transtornos de ansiedade mais comuns atualmente. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2% a 4% dos brasileiros são acometidos por ela e esses números podem ser ainda maiores, afinal, pesquisas recentes apontam que os problemas ligados a saúde mental estão aumentando em um ritmo preocupante durante a pandemia de Covid-19. Um estudo do Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estima que entre 30% e 50% da população brasileira possa desenvolver alguma manifestação ou sofrimento psicopatológico.

O psicólogo clínico e membro afiliado à Association for Contextual Behavioral Science (ACBS), Weslley Carneiro, afirma que o número de pacientes com crises de ansiedade e ataques de pânico cresceu rapidamente nos últimos meses no consultório, especialmente daqueles que já sofrem de ansiedade. “As incertezas em relação ao futuro aliadas ao medo e risco de contaminação têm tornado as pessoas mais vulneráveis a desenvolver sérios problemas emocionais como, por exemplo, a síndrome do pânico”.

O psicólogo explica que as causas da síndrome do pânico estão relacionadas a um conjunto de fatores sociais, genéticos e psicológicos e variam a cada pessoa que, diante de uma carga elevada de gatilhos emocionais, como viver uma pandemia, podem desencadear um quadro ansiedade.

“São episódios recorrentes, inesperados e de curta duração de crises de ansiedade marcadas pelo medo e o desespero”. Além da real sensação de enlouquecimento e do estresse mental, ele explica que, durante esses ataques, sintomas como náuseas, tonturas, desconfortos abdominais, sensação repentina de calor ou frio, hiperventilação, sudorese, etc são comuns. “Essas manifestações físicas podem ser interpretadas como um sinal de infarto, afetando ainda mais o equilíbrio emocional diante da situação”, destaca.

Controle da ansiedade – Por se tratar de um desequilíbrio bioquímico, a síndrome do pânico exige acompanhamento psiquiátrico e psicológico. A Psiquiatria realiza o tratamento médico do paciente, que inclui, por exemplo, a prescrição dos medicamentos para a regulação bioquímica adequada do cérebro em cada caso. Já o psicólogo cuida na estabilização do paciente.

Por não fazerem ideia de quando um novo ataque pode acontecer, os pacientes que convivem com a síndrome do pânico vivem em um constante e exaustivo estado de alerta. A prática do Mindfulness permite que indivíduos interpretem sinais físicos e psicológicos característicos das crises e reajam a eles de maneira mais responsiva, impedindo o desenvolvimento de ainda mais sintomas e, consequentemente, o aumento do sofrimento mental.

“Ao realizarmos as nossas atividades diárias com mais atenção, ao parar e simplesmente observar, estamos transformando o nosso jeito de olhar e, consequentemente, mudando também a nossa relação com o mundo a nossa volta. O Mindfulness – ou a simples atividade de sentar e observar o nosso funcionamento natural de maneira sistemática – não é apenas uma ideia ou estratégia de meditação, é um estilo de vida e de se relacionar com o outro e com a gente mesmo”, finaliza Weslley Carneiro.

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