Indústria mineira Prática Produtos planeja abrir capital na Europa em 2026

A indústria mineira Prática Produtos planeja abrir capital na Europa, por meio da Bolsa y Mercados Españoles (BME), em 2026. Esse movimento faz parte do plano de expansão internacional da empresa, especializada no desenvolvimento e fabricação de equipamentos para o setor de food service e panificação, que espera levantar cerca de 20 milhões de euros na primeira rodada.

A companhia já possui uma subsidiária no continente, e o mercado internacional já responde por cerca de 20% do negócio, sendo 10% relacionados aos Estados Unidos; 5% à América Latina e os outros 5% estão distribuídos por países da Europa, do Oriente Médio e do Norte da África. O fundador e presidente da Prática, André Rezende, garante que a fabricante mineira tem potencial de crescimento em todos esses mercados.

Ele também destaca que a indústria já está bem consolidada no Brasil e tem como um dos principais objetivos ampliar a presença no mercado internacional. O dirigente pontua que a marca compete com concorrentes estrangeiros tanto no País quanto em outros mercados, que possuem maior facilidade no acesso a recursos e a um mercado de capitais mais competitivo.

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Segundo o empresário, enquanto as empresas brasileiras competem até mesmo com o governo, que paga 15% de juros, as fabricantes estrangeiras conseguem acesso a um mercado com bastante liquidez disponível. Rezende esclarece que para competir internacionalmente, a empresa precisa ter acesso ao mercado de capitais de outros países.

Escolha pela bolsa de valores espanhola

Quanto aos motivos que levaram a escolha pela bolsa de valores espanhola, Rezende explica que isso está relacionado a fatores como a identidade cultural, que facilita a comunicação entre as partes envolvidas. Ele ressalta que, apesar de estar abrindo capital na Espanha, as ações da Prática estarão disponíveis para investidores de outros lugares.

“Nós estamos abrindo capital na Espanha, nós também estaremos abertos para investidores de qualquer lugar da Europa ou qualquer outro país do mundo. Todos poderão investir em euros na Prática”, diz.

O processo de listagem está sendo desenvolvido em parceria com a consultoria espanhola Armanext. Além disso, o projeto também está sendo viabilizado pelo convênio firmado entre a BME e a bolsa de valores brasileira, a B3. “Encontramos um caminho mais aberto para usar este convênio para que as nossas ações sejam comercializadas na Europa”, completa.

Vale ressaltar que a companhia também está listada na B3, porém, com 100% das ações sob o controle da Brava Participações. Rezende afirma que o interesse da indústria é de abrir capital na bolsa de valores nacional, mas o cenário no País, com juros elevados, é muito desfavorável para este tipo de iniciativa por parte de empresas semelhantes à Prática.

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Além disso, segundo ele, o mercado de capitais brasileiro está mais voltado para empresas de grande porte. “Ao contrário da Europa, que oferece caminhos para empresas em crescimento terem acesso ao mercado de capitais, que é exatamente o que nós estamos buscando”, acrescenta.

Próximos passos para abertura de capital e lançamento da Prática Europe

A abertura de capital na Espanha deve se consolidar já em 2026, após a conclusão de alguns processos burocráticos que deverão ser finalizados até junho do próximo ano. Nesta primeira etapa, segundo o empresário, a mineira Prática Produtos pretende ter acesso ao mercado de dívidas com baixo custo e aos investidores com conhecimento necessário para colaborar com o plano de internacionalização da empresa.

A listagem da fabricante de equipamentos para o setor de alimentação ocorrerá no BME Growth, uma plataforma da bolsa espanhola voltada para empresas em crescimento. Ela será uma das primeiras a utilizar essa nova opção, sem adotar o Latibex, um segmento voltado para empresas latino-americanas que pretendem ingressar no mercado de capitais espanhol e europeu.

Em paralelo, a Prática também está negociando com family offices e demais investidores institucionais europeus que demonstraram interesse no projeto. A meta é reunir algumas dezenas de sócios qualificados. A expectativa inicial é de levantar cerca de 20 milhões de euros na primeira rodada, para seguir rumo a uma oferta pública inicial (IPO, sigla em inglês) mais pulverizada, para os demais players da bolsa de valores, nos próximos quatro anos.

Vale lembrar que, no início deste ano, a empresa mineira lançou sua subsidiária europeia, com sede na cidade de Colônia, na Alemanha, a Prática Europe. A nova unidade se junta às filiais da marca presentes nos Estados Unidos e no Chile. Rezende avalia que ela tem apresentado bons resultados nesse primeiro ano de operação, tendo como principais mercados a Alemanha e a Grã-Bretanha, ambos muito exigentes.

“É um trabalho que se inicia, mas com muitas promessas de desenvolvimento importantes para o futuro”, conclui o empresário.