Práticas ESG em expansão no cotidiano dos pequenos negócios em Minas

Os pequenos negócios de Minas Gerais cada vez mais vêm entendendo e adotando as boas práticas de ESG (Meio Ambiente, Social e Governança Corporativa), mesmo com o conceito sendo pouco difundido entre eles. A pesquisa ESG nos Pequenos Negócios 2025, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Minas) indicou que cerca de 67% dos empreendedores afirmam que têm conhecimento superficial ou inexistente sobre o tema, enquanto apenas um terço diz conhecer ou saber o significado do termo.

Mesmo com a maioria afirmando que desconhece o conceito de ESG, a pesquisa mostra que as práticas sustentáveis, sociais e de boa governança já fazem parte do cotidiano empresarial de muitos empreendedores do Estado. Para o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva, as dimensões do ESG não devem ser praticadas de forma isolada, mas, sim, como parte de uma estratégia integrada.

“As práticas ambientais contribuem para a eficiência e a reputação; as sociais fortalecem vínculos com colaboradores e comunidade; e as de governança garantem transparência e sustentabilidade. A integração dessas dimensões de ESG potencializa os resultados, fortalecendo os pequenos negócios frente às novas demandas de mercado e à crescente valorização de empresas comprometidas com práticas responsáveis”, sintetiza.

Dimensão ambiental é prática ESG preponderante

O levantamento apontou que a dimensão ambiental é a que concentra o maior percentual de empreendedores que afirmam aplicar boas práticas: 83% já adotam medidas para economia de energia; 73% atuam com redução de uso de plástico; 60% geram iniciativas de reciclagem e reaproveitamento de materiais e 50% economizam água.

Veja como estão os empreendedores mineiros em relação à perspectiva social:

• a maioria dos pequenos negócios (71%) se posiciona a favor da diversidade e inclusão
• mais da metade (54%) têm práticas de voluntariado e doações
• 59% afirmam que produzem ou apoiam eventos para a comunidade local

Já no âmbito da governança, um destaque é que 56% dos entrevistados dizem que possuem algum tipo de canal de comunicação para receber críticas, elogios e sugestões de clientes ou colaboradores.

A pesquisa também revelou uma forte importância atribuída pelos empresários aos aspectos relacionados à dimensão socioambiental. Mais de 90% dos empreendedores entrevistados consideram importante (28%) ou muito importante (64%) que as empresas se responsabilizem pelos efeitos que causam no meio ambiente e na sociedade. Além disso, 62% dos entrevistados disseram que, nos próximos três anos, irão priorizar ações de redução de impacto ambiental.

De acordo com Souza e Silva, os resultados reforçam que há uma apreciação crescente de valores ligados à sustentabilidade. “Cada vez mais, os pequenos negócios reconhecem vantagens práticas e imediatas dessas ações”, afirma.

Conheça as principais vantagens para as empresas que adotam práticas sustentáveis:

• 62% atestaram a redução de custos operacionais (economia de energia, água ou materiais)
• 58% citaram a melhoria da imagem perante clientes e a sociedade
• 54% apontaram a sustentabilidade do negócio a longo prazo

Entre os principais obstáculos para adotar práticas mais sustentáveis, estão a falta de recursos financeiros (citada por 43%) dos pequenos negócios, seguida pela dificuldade em conciliar ações de ESG com outras necessidades da empresa (citada por 33% dos empreendedores).

O dirigente observa que que as práticas ESG são um forte diferencial competitivo para as micro e pequenas empresas. “Os pequenos negócios estão percebendo a importância de adotar iniciativas de ESG não apenas como uma obrigação ética, mas também como uma estratégia inteligente para impulsionar a sua reputação e garantir a sua sustentabilidade a longo prazo”, indica.

A pesquisa “ESG nos Pequenos Negócios 2025” foi realizada entre os dias 1º e 19 de maio de 2025, com 360 donos de pequenos negócios, entre microempreendedores individuais (46%), e micro e pequenas empresas (54%) de todo o Estado.