Pravaler levanta R$ 242 mi para financiamento estudantil

Vista como porta de entrada para quem deseja boas posições no mercado de trabalho, a graduação ainda é um sonho para boa parte dos brasileiros. E um dos mais importantes obstáculos para a concretização desse sonho é o financiamento.
Dados da 14ª edição da Pesquisa de inadimplência no ensino superior, realizada pelo Semesp – entidade que representa mantenedoras de ensino superior do Brasil -, revelam que no primeiro semestre do ano passado a inadimplência era de 8,67% na graduação privada.No mercado de financiamento privado para educação há 21 anos, a Pravaler já atendeu mais de 300 mil alunos.
A plataforma anunciou a conclusão da emissão de R$ 242 milhões em Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), valor que será destinado ao financiamento estudantil de cursos de graduação. Somada à emissão realizada em março deste ano, no valor de R$ 272 milhões, direcionada à aquisição de carteiras de recebíveis do ensino superior, são mais de R$ 500 milhões captados somente no primeiro semestre.
O FIDC funciona como uma união de diversos investidores que, com o mesmo objetivo, unem seus recursos em um investimento comum para todos. Para isso, é necessário que seja destinada uma parcela de, no mínimo, 50% do patrimônio líquido a aplicações em Direitos Creditórios. Esses direitos são créditos que as empresas têm a receber, como aluguéis, duplicatas ou outras receitas.
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De acordo com o CFO do Pravaler, Haroldo Carvalho, a edfintech oferece diferentes soluções para o mercado de educação, mas o carro-chefe é o financiamento para a graduação.
“É um financiamento em que o aluno paga a metade da mensalidade no dobro do tempo. É uma solução totalmente digital que normalmente é intermediada pela universidade. À medida que o aluno paga, vamos dando carência, assim ele nunca acumula duas mensalidades. Fizemos o primeiro FIDC em 2002. É um fundo de investimento onde um grupo se une por um objetivo comum, nesse caso, investir em educação. Essa captação nos deixa muito satisfeitos porque mostra que o mercado de capitais, além de entender nosso modelo de negócios, está interessado em investir em educação”, explica Carvalho.
Só até maio deste ano, mais de 500 mil estudantes buscaram pelo financiamento estudantil privado na plataforma do Pravaler, um aumento de 66% em relação ao mesmo período de 2022, com destaque para o financiamento de alunos de Medicina que representaram quase 35% do valor originado nos primeiros meses de 2023. Em comparação ao 1º semestre de 2022, a empresa cresceu 80% em quantidade de estudantes.
“O grande desafio do financiamento estudantil é a falta de informação. As pessoas ainda têm muitas dúvidas. O financiamento permite que ele faça o que quer, não o que cabe no bolso, gerando uma frustração muito grande. Temos o objetivo que o estudante conclua o seu curso, tenha sucesso profissional e pague o seu financiamento para que renovemos o ciclo com taxas muito melhores que no sistema tradicional”, pontua.
A continuidade do ciclo é uma das preocupações da plataforma. Por isso, a compra da Work a Love, startup mineira voltada para aumentar o índice de empregabilidade é tão importante. A transação deve ser referendada pelo Banco Central nos próximos dias e o anúncio oficial da fusão logo em seguida,
Minas Gerais é, hoje, o segundo maior mercado da Pravaler, atrás apenas de São Paulo. São 41 parcerias com instituições de ensino mineiras. A representatividade da empresa em Minas Gerais é de 6,7% (dados de 2022). 84,1% é o total de alunos que estudam em instituições de ensino superior que têm parceria com o Pravaler.
Em breve a edfintech deve lançar novas verticais de financiamento para pós-graduação, intercâmbio e ensino médio.
“Estamos testando esses novos serviços, inclusive para o ensino básico, que é muito mal atendido na questão do financiamento. O objetivo é que mais pessoas possam estudar. Essa é uma questão estratégica para o desenvolvimento do País. A chegada da Work a Love vai nos fortalecer no pós-formatura. O diploma é o início da caminhada do novo profissional e nós podemos apoiá-lo também nessa nova fase”, completa o CFO da Pravaler.
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