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Processos industriais ganham solução verde

Processos industriais ganham solução verde
Crédito: Pexels

Ao longo de 2020, um grupo de alunos do curso de Engenharia Química do Centro Universitário Newton Paiva participou do desenvolvimento de uma solução econômica e sustentável voltada para processos industriais. O projeto, que faz parte do programa de pesquisa e extensão da faculdade, consiste em adotar resíduos agroalimentares em substituição aos insumos não renováveis comumente utilizados na produção de adesivos, que fazem parte da composição de móveis e embalagens plásticas.

O responsável pelo estudo, professor Fernando Lage, explica que é comum nesses processos a utilização de kevlar, amianto, fibras de vidro e carbono, entre outros materiais cuja função é aumentar a rigidez e a resistência à tração e à compressão dos adesivos. No entanto, eles vêm de fontes não-renováveis e podem apresentar um custo elevado de produção.

Diante disso, o objetivo do estudo era avaliar o potencial de óleos de frituras, cascas de arroz e borras de café para substituí-los. O docente comenta que a partir desses materiais são extraídos, em uma série de tratamentos químicos, a nano-celulose e nano-sílica, que são as menores e mais resistentes unidades da biomassa.

“Óleo de frituras epoxidado é um adesivo de fontes renováveis, mas que apresenta falta de rigidez, especialmente quando se pensa em aplicações estruturais. A incorporação de nano-sílica e nano-celulose resultou em um aumento significativo de rigidez, e no caso da nano-sílica também resultou em aumento na estabilidade térmica, ampliando assim a gama de aplicações”, comemora o professor.

Neste trabalho foram produzidos materiais compósitos, que se referem a combinações de materiais com naturezas diferentes para obter determinados comportamentos e propriedades, para a formulação de adesivos para aplicações estruturais, em embalagens e também na produção de móveis. Durante o estudo, foram testados compósitos feitos inteiramente com os óleos de origem renovável, bem como misturas deles com resinas comerciais. Os resultados foram variáveis em nível de flexibilidade, mas em ambos os casos foi registrada redução no custo final do adesivo.

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