Professor da UFMG assume cargo inédito em laboratório de nanotecnologia internacional

O Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), referência no setor de inovação em Portugal, vai contar com um professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) no corpo diretor. O físico Ado Jório será empossado como vice-diretor-geral da instituição e terá como uma das missões principais a ampliação do impacto global da marca.
Esta é a primeira vez que um professor brasileiro assume um cargo desse porte no INL. Segundo Ado Jório, a novidade também pode se estender para outros centros de mesma magnitude, incluindo de outros países. “Não tenho conhecimento de outro brasileiro trabalhando na direção”, afirma.
Fundado em 2005 pelos governos de Portugal e Espanha, o INL conduz estudos dedicados à pesquisa e inovação em nanotecnologia. A instituição é a primeira organização intergovernamental, portanto internacional, focada no segmento nanotecnológico.
A tecnologia, considerada disruptiva para diversos setores da economia, permite o controle da matéria em escala atômica e molecular. “Isso permite desenvolver materiais para resolver problemas de energia, além de aplicações em medicina e em diversos outros campos”, destaca Ado Jório.
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O professor exemplifica que as inovações neste campo podem ser implementadas desde em tecidos de roupa, até fármacos para a cura do câncer ou uma simples dor de cabeça. Além disso, a computação também é citada por ele como um dos exemplos mais notáveis do poder da nanotecnologia.
Ao assumir o novo cargo, o professor reforça a intenção de cooperação entre o INL e a América Latina, incluindo o Brasil. “Espero que possamos estreitar os laços do Brasil com esse organismo internacional e, assim, avançar nossa nanotecnologia”, conclui o professor da UFMG.
Da UFMG para o mundo
A dedicação e o talento de Ado Jório é uma marca do profissional ao longo de sua trajetória. Formado em Física pela UFMG em 1994, ele se destacou na comunidade científica, com trabalhos que o levaram a um estágio de pós-doutorado em Massachussetts, nos Estados Unidos no início dos anos 2000.
A partir de então, Ado Jório segue ganhando destaque na pesquisa. Além disso, o profissional se tornou referência no desenvolvimento de instrumentação científica em óptica para o estudo de nanoestruturas, com aplicações em novos materiais e biomedicina.
Fruto da inovação no trabalho, o professor acumula uma série de prêmios e honrarias, como o Prêmio de Pesquisa Georg Forster, em 2015, da Fundação Humboldt e a Medalha da Inconfidência, em 2016, pelo governo de Minas Gerais. No mesmo ano, ele também figurou entre os cientistas mais influentes do mundo pela Thomson Reuters.
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