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Experiência de seniores faz a diferença

Experiência, inteligência emocional e comprometimento são palavras de ordem para pessoas com mais de 50 anos com carreiras ainda ativas
Experiência de seniores faz a diferença
Marcelo Camargo Agência Brasil

Muito se fala sobre os desafios de profissionais 50+ no mercado de trabalho. Mas o que nem sempre é abordado são as oportunidades, vantagens e desvantagens (se é que elas existem), não apenas de contratar um candidato sênior, mas de desenvolver e implementar políticas e iniciativas que valorizem e extraiam o que essas pessoas têm de melhor a oferecer quando o assunto é carreira e profissão.

Especialistas são unânimes: experiência, inteligência emocional e comprometimento são palavras de ordem para estes profissionais. Habilidades essas que já começam (ou deveriam começar) a ser vistas como estratégicas para diferentes tipos e portes de negócios.

Fato é que a população está envelhecendo, vide os dados do Censo 2022, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O País já conta com 22,169 milhões de pessoas com 65 anos ou mais. Já o total de brasileiros com mais de 50 anos representam 28% da população, ou seja, cerca de 56,243 milhões.

Mais detalhadamente, o Censo revelou que a idade mediana da população brasileira aumentou seis anos desde 2010 e atingiu os 35 anos em 2022. E o índice de envelhecimento chegou a 55,2, indicando que há 55,2 pessoas com 65 anos ou mais de idade para cada 100 crianças de 0 a 14 anos. O mesmo índice, considerando a população com 60 anos ou mais, chegou a 80,0.

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Há espaço para profissional sênior no mercado de trabalho?

Marcelo Camargo Agência Brasil
Marcelo Camargo Agência Brasil

E a diversidade etária no ambiente de trabalho tem acompanhado essa evolução? Ou a avalanche de novas gerações – os chamados millenials, Ys e Zs – está dominando o mercado?

Levantamento do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e Previdência, revela que o mercado de trabalho está seguindo uma tendência, irreversível, de envelhecimento da população.

Isso porque o número de trabalhadores com mais de 50 anos no Brasil mais do que dobrou em 15 anos, saindo de 4,4 milhões em 2006 para 9,3 milhões em 2021 – aumento de 110,6%. O estoque de emprego formal geral, nesse mesmo período, cresceu 38,6%. O que significa que o ritmo de elevação dos 50+ é quase três vezes maior que o geral. Em 2006, os profissionais 50+ ocupavam 12,6% do total de vagas no País; e, em 2021, eles já eram 19,1%.

A pesquisa do Senai também identificou que um profissional sênior com maior nível de escolaridade tem mais espaço no mercado de trabalho. Dos postos ocupados por esse grupo, 38% são por pessoas com ensino médio completo e 24,6% com superior completo. O número de trabalhadores 50+ com mestrado e doutorado praticamente quintuplicou, indo de 26,4 mil profissionais para cerca de 150 mil.

Já entre os setores, Comércio (164%), Serviços (136%) e Indústria (96%) foram as atividades que mais aumentaram, proporcionalmente, a contratação de pessoas com mais de 50 anos entre 2006 e 2020. Na indústria, porém, estão as maiores médias salariais. A indústria de transformação, em específico, duplicou a quantidade de trabalhadores 50+, indo de 506 mil para 1 milhão. Somando-se com a extrativa mineral, serviços industriais de utilidade pública e construção civil, a atividade alcançou 1,5 milhão de trabalhadores nessa faixa etária em 2020.

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