Queijo artesanal do Serro ganha selo de procedência com QR Code

Na tentativa de preservar a identidade e qualidade do queijo produzido na Região do Serro, em Minas Gerais, produtores locais estão sendo agraciados com selos de Indicação de Procedência (IP), uma iniciativa promovida pelo Sebrae Minas em parceria com a Associação dos Produtores Artesanais de Queijo do Serro (Apaqs).
Além de garantir a origem e qualidade do produto, o selo promete fortalecer o mercado local e inibir possíveis falsificações. A cerimônia de entrega está marcada para a próxima quinta-feira (7), na cidade do Serro.
Os selos, concedidos pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), carregam a marca da região, além de um QR Code e um código numérico que garantem a rastreabilidade do produto, permitindo que os consumidores possam identificar origem e legitimidade do produto.
Quatro produtores da região receberão o símbolo de comprovação da procedência e a legitimidade do modo de fazer queijo artesanal em dez municípios que formam a área delimitada pela indicação.
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Nesta etapa inicial, os produtores já foram avaliados e considerados aptos a receberem o selo, enquanto outros quatro estão em processo de análise. Aqueles que desejam pleitear o selo devem seguir as normas estabelecidas pela Apaqs, garantindo a conformidade com os critérios de produção, além dos procedimentos de vistoria.
Mais segurança para os consumidores
O presidente da Apaqs, José Ricardo Ozólio, enfatizou a importância do selo, que trará segurança aos consumidores ao adquirirem produtos autênticos da região e que obedecem ao modo de produção indicado pelos critérios estabelecidos pela Apaqs e regularizado junto aos órgãos de verificação.
“O reconhecimento que conquistamos ao longo dos anos nos trouxe diferenciais de mercado, porém, muitos queijos feitos com leite cru passaram a ser comercializados como se fosse da Região do Serro. O selo dará mais segurança ao consumidor.”, afirma Ozólio.
O queijo da Região do Serro é reconhecido por seu método de produção com leite cru, “pingo”, sal e coalho, além de uma maturação mínima de 17 dias. Essas características únicas, aliadas ao território específico da região, conferem ao queijo atributos sensoriais distintos, apreciados por consumidores em todo o país e além-fronteiras.
A iguaria é produzida por cerca de 800 produtores e agricultores familiares de pequeno porte das 10 cidades da região:
- Alvorada de Minas,
- Conceição do Mato Dentro,
- Dom Joaquim, Materlândia,
- Paulistas,
- Rio Vermelho,
- Sabinópolis,
- Santo Antônio do Itambé,
- Serra Azul de Minas e
- Serro.
O presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva, ressaltou que os selos contribuem para o aumento da renda destes produtores.
“Os selos valorizam a origem e fortalecem a representatividade do queijo do Serro no mercado, possibilitando o aumento da renda do produtor e, consequentemente, a melhoria da sua qualidade de vida”, explica Silva.
Qualidade aprimorada e reconhecida
O programa ALI Indicações Geográficas (IG) do Sebrae Minas desempenhou um papel fundamental no processo de reconhecimento, fornecendo orientação e apoio aos produtores do Serro desde 2015.
Em 2018, em parceria com a Apaqs, foi lançada a marca coletiva da Região do Serro para expressar a cultura, a tradição, a culinária e a história da região, contribuindo para unir ainda mais produtores e gerar senso de pertencimento.
“Oferecemos capacitações e orientações gerenciais aos produtores rurais para que alcancem melhores resultados. Além disso, fomentamos novas oportunidades de negócios em toda a cadeia produtiva associada ao queijo, principalmente, nas atividades ligadas ao turismo e à gastronomia”, afirma o presidente do Conselho.
Além do selo de IP, o queijo do Serro também conta com o reconhecimento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (IPHAN) como patrimônio imaterial do Brasil desde 2008 e uma Indicação Geográfica (IG) do INPI em 2011.

A conquista desses selos representa não apenas um marco na proteção da tradição queijeira do Serro, mas também uma promessa de prosperidade econômica e cultural para a região e seus produtores, solidificando ainda mais sua posição como um dos principais berços da produção artesanal de queijo no Brasil.
Só no último ano, o queijo da região ganhou três medalhas de Ouro, quatro de Prata e seis de Bronze no Prêmio Queijo Brasil, realizado em julho, em Blumenau. Em agosto, no Concurso Internacional de Queijos Artesanais da Expoqueijo Brasil, em Araxá, o resultado também foi positivo com a conquista da medalha de Ouro na categoria “Casca Florida”.
A iguaria também foi apreciada internacionalmente quando, na 6ª edição do Concurso Mundial de Queijo de Tours, um dos mais importantes da França, os produtores de queijo do Serro foram premiados com três medalhas de Ouro, uma de Prata e três de Bronze.
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