Bolsa de ação climática vai criar crédito específico para setor de reciclagem

Dia 17 de maio é o Dia Mundial da Reciclagem, e este ano a data será comemorada com a aprovação do projeto de lei que diminui custos operacionais para catadores de recicláveis, com o objetivo de impulsionar a atividade. Também beneficiando o setor, a B4, primeira bolsa de ação climática do mundo, vai criar um crédito sustentável específico gerado a partir da atividade.
80 milhões de toneladas em um ano: essa foi a quantidade aproximada de lixo que o Brasil produziu em 2022. Somente 4% de toda essa quantidade foi reciclada.
Os dados são da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) e apontam para um cenário preocupante, mas propício à criação e projetos e incentivos à reciclagem, como a criação de um crédito sustentável gerado a partir dessa atividade, como vai fazer a B4 – primeira bolsa de ação climática do mundo.
“Quando a gente pensa nos 4% de lixo que são reciclados, muitas vezes não paramos para refletir sobre os outros 96%, que são destinados para lixões a céu aberto, ou mesmo descartados em locais inadequados, prejudicando o meio ambiente e a economia do País”, diz o fundador e CEO da B4, Odair Rodrigues.
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A reciclagem, além de beneficiar a natureza, também é uma fonte de renda para cerca de 800 mil pessoas que sobrevivem catando esse tipo de lixo no Brasil. O levantamento que mostra esse número é do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR).
“A B4 tem a missão de ajudar empresas que querem impactar positivamente o meio ambiente por meio de suas ações, ajudando cada uma delas em toda a jornada de sustentabilidade. Quando falamos em reciclagem é a mesma coisa: sabemos da necessidade desta atividade tanto para o meio ambiente, quanto para as pessoas que atuam neste setor, sejam eles agentes catadores, ou empresas que apoiam essas atividades. Pensando nisso, nós estamos criando em nossa plataforma, um crédito sustentável gerado a partir da reciclagem, que será comercializado em troca da compensação das emissões de CO2 por outras empresas”, anuncia Rodrigues.
Além deste crédito, o CEO da B4 ainda garante que a plataforma vai contar com um espaço voltado ao nicho da reciclagem, auxiliando na geração, certificação e comercialização dos créditos.
“Vejo que beneficiar esse setor é uma tendência que, felizmente, tem começado a ficar mais evidente, principalmente depois da aprovação do PL 4035/21”, reforça Rodrigues, referindo-se ao projeto de lei aprovado recentemente.
O projeto de lei autoriza indústrias a se beneficiarem com o recebimento de créditos de PIS/Cofins na compra de materiais recicláveis e até mesmo de sucatas. Do lado do catador e cooperativas de catadores de recicláveis, a medida prevê a isenção do pagamento desses tributos.
Com a diminuição nos custos operacionais dos agentes, a cadeia produtiva da reciclagem começa a se fortalecer, saindo da estagnação em que se encontra hoje.
“Vejo com otimismo a aprovação deste projeto de lei, e torço para que siga sendo aprovado pelo senado e pelo presidente, para que a reciclagem seja incentivada e impulsionada no Brasil. Nós sempre falamos da necessidade da união do poder público, privado e da sociedade em prol de um meio ambiente protegido e seguro, e vejo que na atividade da reciclagem essa união tem começado a surgir, com esse projeto de lei, vindo do poder público, o incentivo e criação de um crédito sustentável gerado por meio da reciclagem, vindo da B4, e a conscientização das pessoas para a separação do lixo reciclável”, conclui Rodrigues.
A B4 deve anunciar ainda no mês de maio, a parceria com uma ONG voltada à reciclagem, reforçando o propósito e a missão da empresa em ser um braço que auxilia os projetos em prol do meio ambiente.
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