Rede hospitalar Mater Dei planeja futuras aquisições
Em junho de 1980, o mineiro conhecido como “Doutor Salvador” inaugurou a primeira unidade do Hospital Mater Dei na capital mineira. Mais de 40 anos depois, no mesmo mês, aquela que se tornou uma das mais tradicionais e robustas redes de saúde do País anunciou a entrada da terceira geração da família no corpo diretivo do hospital, como mais um importante passo no processo de sucessão familiar da gestão do negócio.
“Todos passaram por um processo muito estruturado e formal antes de assumir qualquer cargo. Também fizeram MBA nas principais escolas de negócios do mundo e trabalharam em outros grandes hospitais”, garante o atual CEO do Mater Dei, Henrique Moraes Salvador, filho do “Doutor Salvador”.
Na prática, as principais mudanças incluem a transferência de José Henrique Salvador para o posto de chairman da companhia, uma função ocupada até agora pelo fundador, que renunciou ao cargo aos 92 anos e vai continuar no board, porém com menos obrigações diárias. No lugar de CEO, assume o filho de Henrique Salvador, José Henrique Salvador.
Expansão do Mater Dei
A preparação da sucessão no Mater Dei vem ocorrendo há mais de 20 anos. Nos últimos exercícios, o grupo ganhou corpo Brasil afora e, atualmente, é composto por 10 hospitais em Belo Horizonte, Salvador e Feira de Santana (BA), e Goiânia (GO).
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No Estado, as unidades são: Hospital Mater Dei Santo Agostinho, Hospital Mater Dei Contorno, Hospital Mater Dei Betim-Contagem, Hospital Mater Dei Santa Genoveva, CDI Imagem e Hospital Mater Dei Santa Clara. E a próxima será inaugurada, no próximo ano, em Nova Lima (RMBH).
Segundo Salvador, trata-se de um investimento de R$ 230 milhões para implementar um hospital com 120 leitos. Ele adianta que a expansão para outros estados brasileiros não deve parar por aí e que novas aquisições estão no radar, embora o grupo não queira se tornar “um amontoado de hospitais”, muito menos que “a cultura e o DNA da organização, estabelecidas há 40 anos, se percam pelo caminho”.
“Por isso, estamos discutindo através da jornada da cultura, justamente, como levar nossos objetivos e missões para essas regiões em que fizemos as aquisições e que possuem peculiaridades próprias.
Inclusive, contratamos uma consultoria especializada na área para estabelecer esses processos, de forma que fortaleçam ainda mais nosso DNA, pois queremos ser uma rede integrada e integral. A primeira opção das famílias no quesito saúde”, frisou.

Mater Dei é exemplo de mineiridade
Por tamanha solidez, o Mater Dei é o escolhido da semana para compor o especial Mineiridade. A série do DIÁRIO DO COMÉRCIO que conta histórias e apresenta negócios originalmente mineiros que, além de terem dado certo, geram emprego, renda e movimentam a economia do Estado e do País.
A expansão da rede ganhou velocidade a partir de 2011, com a entrada da segunda geração. Outro ponto de inflexão aconteceu a partir do seu IPO, em 2021, quando foi levantado R$ 1,4 bilhão.
“Faltava capital para podermos potencializar tamanho crescimento. Em abril de 2021 abrimos na B3 e demos início ao programa de expansão, definindo as regiões para as quais desejávamos ir”, recorda.
Dessa forma, a rede conta hoje com 10 mil funcionários e mais 10 mil médicos integrados em seus corpos clínicos. Os números confirmam o expressivo crescimento experimentado pela empresa nos últimos dois anos, período em que a rede passou de cerca de 3 mil funcionários para 10 mil, 5 mil médicos cadastrados para os mesmos 10 mil e de 1.081 leitos para os atuais 2.800.
Novas aquisições
Já sobre novas aquisições, o CEO diz que o grupo tem tudo mapeado e que o desejo é estar presente em regiões que a marca tenha relevância. “Não adianta ir para um lugar para sermos a segunda ou a terceira opção. Assim, estamos sempre de olho em todos os mercados e oportunidades, porque precisamos crescer mais para continuar sendo relevantes, mas crescer com cuidado e com os dois pés no chão”, garante.
Ele ainda diz que no interior de Minas há muitas oportunidades, mas que é preciso manter o cuidado. “Precisamos saber a rede de operadoras que atua na região e se há espaço relevante para construir ou comprar”, exemplifica. Fora da Capital, hoje o Mater Dei já está em Betim, Contagem (RMBH) e no Triângulo.
Por fim, Henrique Salvador fala sobre o legado que todas as gerações da família querem deixar, enquanto gestores da companhia.
“A saúde é o maior bem que o ser humano tem. Sem saúde nada faz sentido na vida e nós optamos, por meio de nossa missão e valores, cuidar das pessoas da melhor maneira possível, mas sem deixar de lado a eficiência e a experiência do usuário. O que pretendemos para o futuro é o Mater Dei poder ser ainda mais importante e levar para mais pessoas Brasil afora esse modelo de atenção à saúde”, conclui.
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