Rejeitos de lítio da Sigma são usados para pavimentação

As ações sustentáveis da Sigma Lithium vão além das próprias operações na planta greentech em operação no Vale do Jequitinhonha. A empresa, produtora de concentrado de lítio grau bateria de alta pureza, que iniciou os trabalhos há cerca de dois meses, está destinando os rejeitos da produção para a pavimentação de estradas de terra das comunidades localizadas ao redor da unidade.

De acordo com a CEO da Sigma, Ana Cabral, a empresa tem feito esse trabalho a partir de duas frentes. Uma delas com o forro, oriundo dos rejeitos da planta de processamento. Trata-se de uma parte não comercializável dos rejeitos. Outra, fazendo a compreensão das estradas com o estéreo da mina, composto por xisto. Um minibritador é utilizado para britar esse material.

“Primeiramente, passamos o trator na estrada fazendo o nivelamento e então colocamos um forro com esse material que vem da planta. Na sequência, colocamos o material britado e passamos o compactador. É um trabalho muito bem feito de pavimentação comprimida. Queremos todas as estradas rurais do entorno da Sigma pavimentadas”, diz.

A expectativa é a geração de aproximadamente 600 a 700 mil toneladas desse produto por ano. Isso seria suficiente para cobrir boa parte das estradas rurais do entorno da planta. O trabalho já foi finalizado em Poço Dantas. Agora, os esforços estão concentrados em outras quatro comunidades: Taquaral, Taquaral Seco, Ponte do Piauí e Capelinha.

Ações da Sigma no processamento sustentável do lítio

Vale dizer que a Sigma não utiliza químicos nocivos nem barragem e tem 100% de eficiência em energia renovável e água 100% reciclada. Além disso, recentemente, a empresa deu outro importante passo para cumprir sua estratégia de zero rejeito. Fechou um acordo com a chinesa Yahua para vender 300 mil toneladas por ano de rejeitos ultrafinos, dos quais extrai o concentrado de lítio reciclado, insumo utilizado na produção de baterias.

Nos últimos cinco anos, a companhia investiu de forma ostensiva em tecnologias limpas para atingir o compromisso de estabelecer um processo produtivo sustentável para o lítio, transformando o minério bruto em um produto com alto grau de pureza, ideal para a indústria de baterias elétricas.

A estratégia de zero rejeito garante o não desperdício do material proveniente do lítio, tornando a Sigma a primeira produtora de lítio do mundo a atingir esse objetivo desde o início de suas operações.

Para Ana Cabral, este é um marco importante para a empresa e para a indústria de materiais para baterias de lítio. E permite uma produção em harmonia com o meio ambiente e sem barragens de rejeitos perigosos.

“Como produtora de lítio verde, a Sigma está ajudando a elevar o papel do Brasil na transição energética. Ao mesmo tempo, está criando um impacto positivo nas comunidades do Vale do Jequitinhonha”, completa.

Movimento Minas 2032 – Essas ações estão alinhadas aos preceitos do Movimento Minas 2032 – pela transformação global. Liderado pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO. A iniciativa propõe uma discussão sobre um modelo de produção duradouro e inclusivo, capaz de ser sustentável. E o estabelecimento de um padrão de consumo igualmente responsável, com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), promovidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Produção da Sigma avança

Em relação ao ritmo de produção, a executiva informou que a empresa está operando com cerca de 60%, aumentando gradualmente na direção de atingir o chamado main plant capacity.

Metade disso se refere a esses materiais de baixa concentração ou subprodutos, também chamados de rejeitos. Paralelamente, há o carro-chefe da empresa, um produto premium, que é o concentrado grau bateria de altíssima pureza.

“Juntos, os produtos vão totalizar o embarque de 30 mil toneladas para a Yahua em meados de junho. A Yahua é uma refinaria química de lítio para veículos elétricos mundiais, com uma posição e relacionamento estreito com clientes como a LG. A empresa é especializada no beneficiamento de concentrado de lítio grau bateria de altíssima pureza, mas nosso acordo também a venda de subprodutos de baixa concentração. Ou seja, isso vai permitir a Sigma comercializar as pilhas de rejeito a seco e ser rejeito zero”, finaliza.