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Restaurante do Porto aposta na gastronomia luso-mineira

Restaurante do Porto, fundado há 50 anos, sobreviveu bravamente às crises políticas, econômicas e sanitária
Restaurante do Porto aposta na gastronomia luso-mineira
Além da matriz no bairro Cidade Nova (foto), o Restaurante do Porto tem filial no Lourdes | Crédito: Divulgação/Restaurante do Porto

O sabor inconfundível do bacalhau e a típica hospitalidade luso-mineira fazem do Restaurante do Porto, há mais de meio século, uma referência gastronômica em Belo Horizonte. Enfrentando os mares revoltos das crises políticas e econômicas e a maior de todas, a pandemia de Covid-19, em 2020, a casa não deixou de navegar e seguir driblando as intempéries.

Integrante da segunda geração, Leonardo Almeida Duarte é o timoneiro da nau que propõe ao cliente um tempo dedicado a ele com sabores que devem ser apreciados sem pressa. No Restaurante do Porto, a gastronomia portuguesa é mais mineira e só isso já justificaria sua presença na edição da série Mineiridade de hoje.

“Pode parecer clichê, mas, desde o início, a nossa estratégia sempre foi o cuidado com cliente. Hoje em dia está muito na moda falar isso. Eu administro o restaurante fundado pelos meus pais há 50 anos. Conseguimos sobreviver a essas várias crises, aos altos e baixos da economia, pela rápida adaptação ao mercado. Observamos o cliente e levamos isso para dentro. Nossos garçons têm mais de 30 anos de casa”, explica Duarte.

O carro-chefe continua sendo o bacalhau nas suas variadas apresentações. Apesar de se manter fiel às tradições lusitanas, porém, o restaurante tem um cardápio variado, que inclui clássicos mineiros como feijão tropeiro à pedido dos clientes.

Nossa estratégia sempre foi o cuidado com cliente, diz Duarte | Crédito: Divulgação/Restaurante do Porto

Segundo o empresário, servir uma comida boa é obrigação de qualquer restaurante: “A melhor comida do mundo: a boa. E o melhor prato, o fundo. Nós, mineiros, gostamos de comer bem e fartamente”. O Restaurante do Porto atua sobre três pilares: comida boa, atendimento de qualidade e insumos de primeira linha.

“A mesa é um momento de confraternização. É nessa proposta que batemos. Quero que o cliente se acomode, pergunte, observe o restaurante. Gosto do restaurante lotado, mas não que tenha fila. Não ganho na rotatividade. O mundo já está muito eletrificado. Quero que as pessoas comam vagarosamente, sentindo os sabores”, destaca.

O sabor inconfundível do bacalhau é o carro-chefe do Porto | Crédito: Divulgação

Além da matriz no bairro Cidade Nova (região Leste), o Restaurante do Porto tem filial no bairro de Lourdes (região Centro-Sul). A rede já foi bem maior, com 11 casas de estilos variados, sendo 11 “Portos”.

Requisitado várias vezes a se tornar um franqueador, o empresário até considerou a ideia, porém concluiu que seu estilo centralizador não se adaptaria ao modelo de franchising. A opção é crescer com casas próprias, com um sócio por unidade para atuar na gestão.

Nos planos para o curto prazo está a abertura de uma unidade em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

“Já vivemos os altos e baixos do mercado. A pandemia foi o tempo mais difícil. Não podemos relaxar com a gestão que sempre foi familiar. Hoje ela é muito enxuta. A qualidade da nossa matéria-prima não pode baixar. Pode ser mais caro, mas o produto é sempre o melhor. Eu queria popularizar o bacalhau como o Coco Bambu fez com o camarão. Há cinco anos comecei a planejar um restaurante para franquear, mas esse planejamento esbarra em dois fatores: custo e faixa etária do consumidor, que geralmente é mais velho. Então vamos expandir com unidades próprias e o importante é que estamos crescendo com sustentação”, pontua o diretor do Restaurante do Porto.

Uma das bandeiras do restaurante é popularizar o bacalhau | Crédito: Divulgação
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