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Retenção de talentos ainda é um desafio no meio corporativo

RH exerce papel fundamental, já que está inserido no processo
Retenção de talentos ainda é um desafio no meio corporativo
Crédito: Freepik

A retenção de talentos é um assunto em alta e um dos mais discutidos na atualidade, haja vista que no mercado de trabalho, altamente competitivo e dinâmico, a atração e a retenção de profissionais qualificados são essenciais para o sucesso e sustentabilidade das empresas.

A manutenção dos talentos no meio corporativo não é apenas uma questão de economia de recursos investidos em recrutamento, seleção e treinamento, mas também uma estratégia fundamental para garantir a continuidade e o crescimento do negócio. A retenção de talentos impacta diretamente diversos aspectos do desempenho empresarial, de acordo com especialistas.

Para a psicóloga Priscila Lopes, conselheira executiva da Associação Brasileira de Recursos Humanos – Seção Minas Gerais (ABRH-MG), os mesmos aspectos que podem motivar um funcionário a ficar numa empresa são os que fazem deixar a empresa. “Os principais aspectos que interferem nesta tomada de decisão são: relação com a liderança imediata, ambiente de trabalho, salário, benefícios, equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho, liberdade, autonomia de atuação”, explica.

De acordo com Priscila Lopes, é essencial que as empresas façam diagnósticos sobre o clima organizacional, cultura e engajamento para ver quais aspectos estão impactando positivamente ou negativamente na retenção dos talentos.

Nesse cenário, o RH exerce um papel fundamental, segundo a conselheira, haja vista que ele participa de todas as etapas do processo, como a realização do diagnóstico do clima/engajamento, interpretação dos resultados, apoio aos líderes na devolutiva dos resultados e construção de planos de ação vislumbrando melhorias e análise da eficácia das ações propostas.

Priscila Lopes acrescenta que para desenhar um programa de retenção é primordial fazer um alinhamento entre as necessidades do negócio e dos profissionais considerados como talentos, tendo como base a estratégia da organização.

“Se uma empresa precisa crescer, por exemplo, será necessário ter um bom pipeline de potenciais sucessores e preparar esses profissionais de maneira ágil. Assim, terão futuros líderes mapeados e capacitados para garantir o crescimento da organização. Se o objetivo da empresa é a manutenção da situação atual e melhoria em sua eficiência, a melhor forma de reter seus talentos seria capacitá-los e colocá-los como líderes de projetos de melhoria em processos e em faturamento”, enfatiza.

A conselheira do ABRH-MG diz que há vários métodos para o mapeamento de talentos. Uma das mais utilizadas é a Matriz 9 Box, na qual os funcionários são avaliados sob os critérios de performance e competência. Através desse método é possível mapear o potencial de crescimento e possibilidade dos talentos assumirem funções mais complexas. Ao correlacionar o resultado da 9 Box com o perfil dos talentos, é possível definir um plano de desenvolvimento personalizado para cada indivíduo, propiciando maior motivação e engajamento.

Segundo Priscila Lopes, de forma acadêmica, todo programa de retenção de talentos deve ser baseado nos pilares do EVP – Employee Value Proposition (Proposta de Valor ao Empregado). Esses princípios são: Compensação, Benefícios, Carreira, Ambiente de Trabalho e Cultura. Além disso, as empresas podem realizar benchmarking com outras organizações, a fim de detectar novos formatos e ações correlacionados aos pilares citados para averiguar junto aos próprios funcionários as formas de mantê-los mais satisfeitos no trabalho.

A especialista explica que a carreira é um dos pilares do EVP, ou seja, algo primordial para garantir a manutenção dos talentos. “Cada organização tem sua estratégia e deve determinar as ações de desenvolvimento e crescimento na carreira de acordo com seus objetivos. Implementar processos de avaliação de desempenho e vincular a construção dos planos de treinamento com base nos resultados globais da empresa e também das necessidades individuais é uma boa forma de executar ações efetivas de desenvolvimento.”

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