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Réveillon de 2025 promete lotar hotéis-fazenda em Minas

Busca pelo contato com a natureza é cada vez mais determinante na hora da escolha
Réveillon de 2025 promete lotar hotéis-fazenda em Minas
Com asfalto até a porta, as condições da estrada não são um problema para o Vale do Amanhecer, em Igarapé (RMBH) | Crédito: Divulgação Vale do Amanhecer

Ao mesmo tempo em que se esmeram para acertar os últimos detalhes da festa de Natal, hotéis-fazenda e resorts no interior de Minas já comemoram as reservas para o Réveillon e prometem festas pautadas na mineiridade.

Para o presidente da Associação Mineira da Indústria de Hotéis e Lazer (Amihla), Alexandre Santos, não só a alta do dólar, que favorece o turismo nacional, explica a procura pelos hotéis- fazenda e resorts no interior para o Réveillon. Fatores como proximidade e busca por contato com a natureza são cada vez mais importantes na hora da escolha.

“Os hotéis que oferecem pacotes mais completos, com maior estrutura de lazer tendem a esgotar primeiro e muitos já não têm mais vagas. Os que estão a até duas horas e meia de distância são os preferidos. O território mineiro é muito grande e as chuvas dessa época e a falta de conectividade aérea, com poucos aeroportos regionais, faz com que as pessoas avaliem a questão da distância com muito cuidado”, explica Santos.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), compilados pelo Observatório do Turismo, mostram que o Estado teve crescimento acumulado de 9,1% entre janeiro e agosto de 2024, superando em 506% a média nacional.

Os bons números, porém, ainda não são suficientes para a recuperação total do setor, que foi um dos mais impactados durante a pandemia de Covid-19, entre 2020 e 2022.

“Os hotéis sofreram muito nos últimos anos e ainda não nos recuperamos da crise. Muitos investimentos estão sendo feitos, com a criação de parques aquáticos e ampliação de restaurantes, por exemplo. Apesar dos resultados que colocam Minas como um destino consolidado e dos esforços do governo do Estado para divulgar nossos atrativos, ainda precisamos de investimentos em infraestrutura, especialmente estradas e aeroportos. A perspectiva de duplicação da BR 040 até Juiz de Fora (Zona da Mata) só acontece daqui a sete anos, é desanimadora”, pontua.

Com asfalto até a porta, as condições da estrada não são um problema para o Vale do Amanhecer, em Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O hotel-fazenda, que já não tem espaço para o Natal, já tem 74% de ocupação para o Réveillon.

Segundo a diretora comercial do Vale do Amanhecer, Flávia Alvarenga do Carmo, o espaço que oferece 34 chalés deve ter 100% de ocupação na passagem do ano.

“A festa que fazemos é familiar, muito bonita, que agrada do avô ao neto. O objetivo é oferecer uma opção dentro do nosso perfil de atendimento voltado para as famílias, valorizando o contato com a natureza e a tranquilidade. Já temos um volume de pessoas que repetem o Réveillon aqui. Isso nos aponta um janeiro muito bom e já temos procura até para o Carnaval”, comemora Flávia Alvarenga do Carmo.

Em Esmeraldas, também na RMBH, o Parque do Avestruz Eco Resort já não tem mais vagas para o Réveillon de 2025 desde o mês de outubro. Distante pouco mais de 50 quilômetros da Capital, o hotel-fazenda que existe há 11 anos prepara uma festa colorida e mesmo que a chuva caia, a animação está garantida por uma estrutura coberta capaz de comportar com conforto todos os hóspedes.

Hotel Fazenda Vale do Amanhecer
O Vale do Amanhecer, que oferece 34 chalés, deve ter 100% de ocupação na passagem do ano | Crédito: Divulgação Vale do Amanhecer

De acordo com a sócia e diretora comercial do Parque do Avestruz, Fabiana Silveira, a maior parte dos hóspedes vem de Belo Horizonte e cidades próximas.

“O nosso público é a família estendida. Recebemos até turistas que moram fora do Brasil e estão em Minas visitando parentes. Somos um resort all inclusive e a festa é feita para atingir todos os públicos com ceia, bar de drinques, banda de baile e muita animação para entrar o ano com muita energia. A largada para as férias de verão já foi dada”, anuncia Fabiana Silveira.

Um dos grandes desafios do setor como um todo e dos hotéis-fazenda, mais distantes dos grandes centros, especialmente em datas de grande demanda como o Réveillon, é a escassez de mão de obra. Ambos trabalham com equipes que se mantêm durante muitos anos.

“A indústria hoteleira carece de bons profissionais e a saída é investir em treinamento. Fomentamos a melhor performance da hotelaria, com padrão de excelência e reconhecimento. É um trabalho de valorizar o destino e lembrar que estamos sempre com a cultura mineira, o nosso grande diferencial. A hospitalidade é uma vocação mineira e devemos aprender a potencializar o que temos de melhor, que é o próprio mineiro”, completa o presidente da Amihla.

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