Robô bartender e karaokê coreano: bares de BH apostam em tecnologia para atrair o público

Já imaginou ir a um bar e comprar um drinque preparado por um braço robótico? Ou cantar em um karaokê com máquinas semelhantes às vistas em filmes e séries asiáticas? Cada vez mais, bares de Belo Horizonte recorrem à tecnologia para oferecer experiências diferenciadas ao público e se destacar no concorrido cenário da Capital, que reúne mais de quatro mil estabelecimentos.
No bar Whisper, o sócio Alexei Vallerini decidiu implementar uma ideia que conheceu em um cruzeiro internacional: um robô capaz de preparar coquetéis diante dos clientes. O equipamento foi importado da Alemanha e adaptado com um software desenvolvido por um parceiro do empresário. “Nossa ideia era trazer novas experiências, e o robô faz isso. É uma atração única no Brasil. Além de servir drinques, ele se tornou um diferencial que gera boas imagens, posts e até demanda para eventos”, diz Vallerini.
O investimento para implementar o robô foi de R$ 600 mil, valor que inclui a tecnologia alemã e o desenvolvimento do sistema. Além do bartender mecânico, o Whisper aposta ainda em projeções mapeadas, que simulam a continuidade da casa e exibem pocket shows gravados por bandas convidadas.
A estratégia ilustra um movimento observado em todo o setor, aponta o líder de conteúdo, inteligência e imprensa da Associação de Bares e Restaurantes (Abrasel), José Eduardo Camargo. “Com os recursos tecnológicos, os bares ganham um diferencial e fica muito mais fácil fazer marketing. Adotar uma tecnologia nova, mesmo com custo inicial alto, pode ser compensador não só pelo ganho de produtividade, mas também pela atratividade da clientela”, avalia.
Karaokê privativo com estrutura asiática
Outro exemplo é o Hou Mei, bar e restaurante asiático fundado em 2019, que em 2022 incorporou o karaokê privativo, comum em países como China, Coreia e Japão. Segundo a sócia Camila Lam, a mudança de ponto permitiu estruturar o espaço com cabines individuais e pedidos feitos por tablet.
“Sempre foi um desejo nosso. Trouxemos máquinas importadas da Coreia e também utilizamos uma nacional. Isso permite oferecer músicas asiáticas, como K-pop, japonesas e chinesas, mas também brasileiras, atendendo a diferentes públicos”, afirma.
Para Camila Lam, o diferencial tecnológico reforça a identidade cultural do bar. “Em Belo Horizonte, a comunidade asiática é menor que em São Paulo. Criar esse ambiente ajuda a consolidar nossa proposta e atender quem busca essa experiência”, completa.
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A proposta foi um sucesso e tem agradado clientes que, muitas vezes, vão ao Hou Mei pela comida, mas acabam se surpreendendo com a possibilidade do karaokê. “Eles chegam aqui pela comida e descobrem que também podem alugar o karaokê, ou o contrário: vêm por causa do karaokê e se encantam com os pratos que servimos. Então, tudo se complementa”, conclui.
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