Sabor ancestral: Nahua aposta no cacau de origem e fortalece a cadeia ‘bean to bar’

Com produção sustentável e rico em nutrientes, o cacau de origem ganha cada vez mais espaço no coração dos mineiros. A crescente demanda, aliada a uma paixão pelo produto, resultou na Nahua Cacau, que traz a Belo Horizonte sabores autênticos e brasileiros, valorizando insumos de pequenos produtores.
O despertar para o negócio, segundo a idealizadora Viviane Lopes, surgiu do desejo de deixar o mundo corporativo e se dedicar ao empreendedorismo. Em busca de novas oportunidades, a profissional visitou fazendas especializadas no cultivo de cacau e se encantou com a cadeia produtiva “bean to bar”, marcada pela proximidade e colaboração entre os envolvidos. “Um auxilia o outro, é um ramo diferenciado”, destaca.
A paixão pelo universo do cacau e a oportunidade de atuar como uma revenda do produto motivaram a abertura da loja na capital mineira, em maio do ano passado. De origem maia, o nome “Nahua” resgata a proposta de uso genuíno da fruta, que desde a antiguidade era utilizada em rituais religiosos e cerimônias sagradas, sendo apreciada pelo sabor amargo e propriedades energizantes.
Os fornecedores estão concentrados no sul da Bahia, em fazendas como Yererê, Benevides e Capela Velha. Além de bean to bar – com controle de todas as etapas a partir da amêndoa do cacau – parte delas também são caracterizadas como “tree to bar“, concentrando também o cultivo do fruto na própria fazenda.
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Em uma segunda etapa do negócio, Viviane Lopes revela a possibilidade de se conectar também com produtores de Minas Gerais. O Estado também se destaca como potencial produtor em regiões não tradicionais de cultivo, como no Norte de Minas Gerais, que deve se tornar em breve um importante polo de produção no Brasil.
Dentre os produtos comercializados no negócio, estão o cacau em pó 100%, o chá de cacau a partir da casca da amêndoa, a geleia de cacau produzida com o néctar da fruta, além do melaço, do nibs e das tradicionais barras em diferentes proporções. Além do fruto, os produtos também podem ser encontrados em combinações que valorizam insumos brasileiros, como cupuaçu, caju, pitanga e cachaça.
A proposta inicial, segundo a idealizadora, é priorizar inicialmente ingredientes brasileiros com a intenção de valorizar cadeia dos pequenos produtores locais. “Queremos que as pessoas experimentem novos sabores nacionais e valorizem nossa cultura”, destaca.
Proximidade com a Páscoa deve resultar em recordes de vendas

Prestes a completar o primeiro ano de atividade, esta será a primeira Páscoa da Nahua. A expectativa, segundo a idealizadora, é que o resultado se equipare ou até mesmo supere o observado no Natal, quando as vendas avançaram 50% na comparação com outras datas.
Seguindo na contramão de lojas tradicionais, a empresa deve apostar na variedade de barras e sabores em detrimento aos ovos de Páscoa. “As pessoas poderão focar na diversidade de sabor sem precisar pagar a mais por ser um ovo de Páscoa. Como estamos no primeiro ano de loja, acreditamos que esse conceito de barra será um sucesso e vai ao encontro do nosso público”, explica Viviane Lopes.
Apesar dos constantes desafios, como o aumento no preço do cacau, a expectativa para o futuro é otimista graças ao aumento na demanda por produtos saudáveis e sustentáveis. “É um desafio grande, mas confiamos que os clientes continuem em busca por novos sabores, por produtos de procedência e que contribuam para a manutenção de pequenos produtores no Brasil”, finaliza.
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