Negócios

Sair do foco em resultados é o desafio das lideranças

Empresas precisam ter um espaço para que as pessoas fiquem “à vontade”
Sair do foco em resultados é o desafio das lideranças
Nolah Lima diz que será preciso se capacitar nas habilidades sociais | Crédito: Divulgação

A trinca confiança, colaboração e coragem forma os famosos 3Cs da liderança. E, embora o conceito não seja novo, o pós-pandemia exige que ele seja revisitado. Sair dos antigos padrões de comando e controle e do foco exclusivo em resultados é o desafio das lideranças atuais e futuras. Se equilibrar na fina linha entre a empatia e o acolhimento e a necessidade de estabelecimento de processos, regras e resultados é a missão cotidiana de quem deve definir e atingir metas em um mundo cada vez mais fluido e que, pela primeira vez, reúne até cinco diferentes gerações dentro da mesma organização.

Para a cofundadora do Instituto CNV Brasil, Nolah Lima, os líderes precisam se capacitar em capacidades sociais.

“Antes dava muito certo você ter uma liderança que detalhava regras e metas. Isso estava ligado ao processo de produção, onde as coisas eram previsíveis, padronizadas. Hoje, especialmente depois da pandemia, estamos diante de um mundo Bani (sigla em inglês para frágil, ansioso, não linear e incompreensível). Ela trouxe a fragilidade e a não linearidade do nosso sistema. As coisas são imprevisíveis até do ponto de vista tecnológico. Todo esse movimento de aceleração faz com que as organizações precisem ter um espaço para que as pessoas fiquem à vontade para se expressar e gerar autonomia. Esse movimento de mudança dos processos de produção faz com que a liderança não consiga mais controlar tudo. Tudo isso, além dos impactos no clima organizacional, tem impactos sobre os resultados das empresas”, explica Nolah Lima.

Pesquisas mundiais deixam esse cenário bem claro. De acordo com uma pesquisa da Harvard Business Review, os colaboradores satisfeitos são 31% mais produtivos, 85% mais eficientes e 300% mais inovadores. E este cenário ligou um sinal de alerta dentro das empresas.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


As competências exigidas de um profissional em um processo seletivo não são as mesmas de antes, as empresas estão mais atentas à qualidade de vida de seus colaboradores e termos como soft skills e liderança tóxica se tornaram comuns na sociedade, sendo, inclusive, mais bem identificados quando acontecem.

“As lideranças precisam se capacitar nas habilidades sociais. E as empresas precisam tomar para si essa responsabilidade dando aos líderes condições para que se capacitem. A boa notícia é que cada vez mais empresas têm se preocupado com essa questão. Elas devem saber aproveitar o potencial de inovação contido no encontro de gerações e evitar os conflitos e preconceitos, como o etarismo, por exemplo”, pontua a cofundadora do Instituto CNV Brasil.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas