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Salários abaixo da média afastam candidatos durante o processo seletivo

Pesquisa mostra que 44% dos candidatos desistem por causa do salário mais baixo que a média do mercado
Salários abaixo da média afastam candidatos durante o processo seletivo
Foto: Adobe Stock

De acordo com a pesquisa  “Panorama Gestão de Pessoas – Empregabilidade 2025”, publicada pela Sólides – empresa mineira de tecnologia especializada em gestão de pessoas para PMEs -,  44% dos candidatos desistem devido ao salário mais baixo que a média do mercado e 32% apontam a falta de transparência nas informações sobre as responsabilidades da vaga como um grande problema nos processos seletivos.

Para o sócio da Exec – empresa especializada na seleção e desenvolvimento de altos executivos e conselheiros -, Fabio Cassab, muitas empresas usam o processo seletivo para sondar as práticas do mercado, mas para que essa estratégia seja bem-sucedida é preciso tempo e maturidade.

“Muitas empresas tentam – o que chamamos em tom de brincadeira – contratar o Batman pelo salário do Robin. Isso dá certo em mercados com mão de obra excedente ou com aquele candidato que está desesperado para sair do atual emprego. É uma visão de curto prazo. Em um mercado como o que temos atualmente, pode ser um tiro no pé, afastando o melhor candidato. A empresa pode usar o processo seletivo para ‘testar’ o mercado, mas para isso ela precisa ter tempo e compreender bem as informações vindas desse período. Tempo é dinheiro e processos longos demais jogam dinheiro fora”, pontua Cassab.

De outro lado, o uso da tecnologia, em especial da inteligência artificial (IA), é bem tolerado pelos candidatos em todas as fases do processo. No entanto, etapas tradicionalmente conduzidas presencialmente por recrutadores têm menor aceitação, com a valorização do contato humano nessas fases do processo seletivo.

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Em etapas do processo, como envio do currículo para as vagas desejadas (84%), recomendação de vagas de acordo com o perfil (81%), combinação meu perfil com as vagas aplicadas (78%), oferta para a vaga caso aprovado (75%), revisão do currículo e avaliação das experiências (72%), avaliação dos testes técnicos (68%) e avaliação do teste comportamental (62%), tiveram boa aceitação dos entrevistados para o uso de IA nessas etapas do processo.

Já no processo de admissão na empresa (59%) e processo de entrevista para a vaga (59%), os entrevistados ainda valorizam o contato humano.

Segundo a diretora de RH da Sólides, Távira Magalhães, mais uma vez a recomendação é, não só observar a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), como buscar apoio nos departamentos responsáveis das empresas para a correta manipulação e armazenamento de dados sensíveis.

“A tecnologia, especialmente a IA, é uma ferramenta que deve ser usada observando-se a legislação e os departamentos diretamente relacionados a ela devem ser consultados e/ou envolvidos no processo sempre que necessário”, destaca Távira Magalhães.

Ao fim, o documento conclui que “a empregabilidade em 2025 será caracterizada pela busca por equilíbrio entre vida pessoal e profissional, pelo avanço da digitalização e pela crescente exigência por ambientes de trabalho saudáveis e inclusivos. Empresas que investirem nesses pilares estarão mais preparadas para enfrentar os desafios e garantir um futuro sustentável para seus colaboradores e para o mercado como um todo.”

“O RH tem um criticidade porque traz e retém talentos, envolvendo-se em múltiplas realidades. É importante que o profissional de RH tenha experiência e goste de aprender o tempo todo. Um processo seletivo bem-sucedido não é medido pela velocidade, mas pelo resultado pós-contratação. E, para que isso aconteça, é necessário que a empresa compreenda o processo começando com um bom planejamento e uma boa interação entre o RH e o requisitante da vaga”, afirma o sócio da Exec.

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