San Pedro Valley lança plataforma colaborativa

Na ecologia e na sociologia, “comunidade” é um grupo de indivíduos que compartilham algo. E foi com esse espírito que surgiu a primeira comunidade de startups do Brasil, criada organicamente por empreendedores, no bairro São Pedro, na região Centro-Sul: a San Pedro Valley (SPV).
Uma década depois, a comunidade, que abrange toda a Capital, lança uma plataforma colaborativa (www.sanpedrovalley.org.br) com o intuito de fortalecer o ecossistema de inovação mineiro e mostrar para o Brasil e o mundo tudo o que acontece por aqui no setor.
De acordo com a CEO do Órbi Conecta, Dany Carvalho, a plataforma reunirá informações sobre o SPV, como vagas de trabalho, notícias, agenda de eventos, cursos e oportunidades de negócios e turismo em Belo Horizonte.
O Órbi é uma iniciativa de empreendedores do San Pedro Valley, do banco Inter, da MRV e da Localiza, criado em 2017. É um dos cinco primeiros hubs de inovação do País, criado a partir de uma comunidade empreendedora.
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“A ideia é que as pessoas encontrem as informações centralizadas sobre o que acontece no sistema de inovação de Belo Horizonte. A plataforma está sendo criada pelo Órbi, mas envolve muitas pessoas. Queremos divulgar as empresas, as iniciativas que fomentam inovação, os editais abertos, quais são as vagas abertas, entre outros pontos. E mostrar para o mercado nacional quais são as notícias de Minas. Queremos que o Estado seja o epicentro da inovação do Brasil. Queremos também que seja reconhecido como epicentro de formação da próxima geração de empreendedores. Pedimos que as demais iniciativas coloquem nesse site os eventos, cursos e oportunidade de formação. Isso otimiza tempo e acesso das pessoas. Convidamos diversos agentes de inovação, pessoas que trabalham no cenário digital para ajudar a gente a alimentar esse site”, explica Dany Carvalho.
Belo Horizonte é a segunda maior cidade em número de startups do País, atrás somente de São Paulo. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), as startups daqui já se relacionaram com: hubs de inovação (29,4%), corporates (24,4%), academia (16,3%), setor público (13,6%) e 12,8% líderes de comunidade. Apenas 3,5% não desenvolveu relacionamento com nenhum agente do ecossistema. Vale destacar ainda que 62,7% já receberam investimentos de fontes diversas. Entre elas estão investidor anjo, programa de aceleração, seed, venture capital, series a e b. É um ecossistema diverso. Do total das startups, ainda de acordo com a ABStartups, os principais segmentos são: edtechs (16,4%), healtechs/life science (12,7%), rhtechs (8,2%) e fintechs (8,2%).
“A plataforma é para criar sintonia. Mostrar como criamos novos cases de sucesso. Temos aqui empresas como Woba, Meliuz, Hotmart e Sympla, entre outras. Somos potentes, mas precisamos ter mais ousadia para mostrar tudo de bom que está saindo de Minas. Essa plataforma é, também, para trazer de volta o orgulho de sermos mineiros. Estamos conectados a diferentes membros do ecossistema, como hubs, universidades e aceleradoras. Para construir o futuro que queremos temos que ser intencionais. A plataforma tem uma área de eventos, é só cadastrar. Temos pedido para as iniciativas mandarem suas agendas. Quem quer começar ou mudar de carreira, pode consultar a área de vagas abertas”, destaca.
Na distribuição de startups pelo território nacional, Minas Gerais é o segundo estado que mais concentra essas jovens empresas de base tecnológica: são 782 delas em solo mineiro, sendo a maior parte em Belo Horizonte, mais especificamente no San Pedro Valley. O número integra o MinasTech, levantamento realizado pelo Distrito Dataminer, braço de inteligência de mercado da empresa de inovação aberta Distrito, com apoio da consultoria KPMG.
Do total de startups mapeadas, 85% foram fundadas nos últimos 10 anos, sendo 394 (50%) delas desde 2016. Juntas, empregam cerca de 12,8 mil pessoas. Segundo o estudo, estão divididas em 34 setores. As healthtechs, como são chamadas aquelas voltadas para a área de saúde, são maioria no Estado (9,5% do total). Em seguida, estão as fintechs (8,3%) e as adtechs (7,4%), que trazem soluções para os setores de finanças e marketing e comunicação, respectivamente.
Em 26 de janeiro, o hub vai realizar mais uma edição do “Órbi de portas abertas”. O evento, aberto à população, oferece talk com uma startups do San Pedro Valley, workshops para grandes empresas e novos empreendedores, entre outras atividades.
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