Sede do brasileiro na pandemia favoreceu Cachaçaria Nacional

Ao passo que o mundo vivia em suspenso nos últimos dois anos, impactado pelo avanço e o surgimento de novas variantes do Sars CoV 2, o consumo de bebidas alcoólicas crescia, principalmente no lar.
Segundo pesquisa realizada pela plataforma Compre & Confie – empresa de inteligência de mercado focada em e-commerce -, a venda on-line de bebidas alcoólicas subiu 93,9%, com 248,9 mil compras realizadas. A pesquisa analisou o consumo de 24 de fevereiro a 3 de maio de 2020 e comparou os resultados com o mesmo período de 2019.
Além de comprarem mais, consumidores também gastaram valores mais elevados por pedido. O tíquete médio analisado pela companhia era de R$ 310,70, valor 4,3% maior do que o mesmo período do ano anterior.
E foi justamente esse o cenário vivido pela Cachaçaria Nacional, apontada como um dos maiores e-commerces de bebidas do Brasil, com sede em Belo Horizonte. De acordo com o criador da Cachaçaria Nacional, Rafael Araújo, em 2021, além do aumento em vendas diretas, o site registrou o aumento de compras recorrentes e 20% a mais no tíquete médio no ano passado. A expectativa para 2022 é crescer pelo menos 10%, com vistas a alcançar 15% na comparação com 2021.
“A cachaça ainda enfrenta o estigma de uma bebida de menor qualidade, que não frequenta ambientes requintados, mas isso vem mudando nos últimos 10 anos. Hoje cresce o consumo entre jovens e mulheres. Com mais acesso à informação, essas pessoas procuram por rótulos que unam a qualidade da bebida a uma identidade mais moderna e o uso das melhores práticas de produção”, explica Araújo.
O número de mulheres que acessam o site da loja cresce constantemente. Em 2020, 96.830 mulheres acessaram o site, sendo que em 2021, o total foi de 280.960 mulheres que visitaram o e-commerce, um crescimento de 190,16%. Já o número de mulheres que compraram no site teve um crescimento de 154,52% no comparativo entre 2020 e 2021. Em 2020, foram 1.594 mulheres compradoras, enquanto que em 2021, esse número subiu para 4.057.
Mas o aumento do consumo de bebidas já vinha de antes. De acordo com um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2013 e 2019, o percentual de pessoas que disseram ingerir bebidas alcoólicas ao menos uma vez por semana avançou em todos os anos, chegando a mais de 26% do total de entrevistados. A pesquisa revelou um dado importante em relação ao consumo de bebidas alcoólicas e as mulheres. Segundo o levantamento, levando em consideração os sete anos, o número de consumidoras cresceu 31,8%, enquanto que o número de consumidores aumentou apenas 2,1%.
“Os produtores também estão entendendo que precisam se adequar, indo para mercados que atraem os mais jovens como gins, vodkas e uísques e nós estamos acompanhando esse movimento. Uma bebida de qualidade de um determinado produtor leva o consumidor a experimentar a outra. Isso acontece na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), que já se tornou um polo importante de produção de destilados. Existe uma fraternidade entre os produtores, com encontros cachaceiros, visitas às fazendas com melhores práticas. Tem alguns bons cursos para profissionalizar as equipes para ir para outras bebidas. E muita atividade nos grupos de WhatsApp”, destaca.
E para aproveitar a flexibilização das regras de distanciamento social e a tão esperada volta a uma vida social minimamente normal, a Cachaçaria Nacional prepara a sua primeira experiência física, com a abertura de uma loja modelo no início do próximo semestre. O local escolhido foi o Mercado de Origem, que está em construção no bairro Olhos d’Água, na região do Barreiro.
“Será a nossa primeira loja, satisfazendo um desejo antigo e um pedido dos nossos parceiros e consumidores. Queremos ter essa experiência e formatar um negócio que possa se tornar uma franquia, que também é uma demanda do mercado”, completa o empresário.
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