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Seis dimensões para um mundo sustentável

Seis dimensões para um mundo sustentável

Em 2015, a ONU proporia os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com reflexos na visão de Sustentabilidade e nos negócios. Isso iluminou o mindset (modelo mental) difundido pelo dinamarquês Ian Larson (1950), que inspiraria visões na Escandinávia. Neste, a relação entre civilização, negócio e natureza era vista como a utopia do equilíbrio na interação entre 6 dimensões: Social, Ambiental, Cultural, Política, Econômica e Espiritual.

Começam aí as vantagens do Modelo 6D. Tripés (TBL) são estáticos; dimensões interagem e impactam umas às outras, qual a realidade. E a semântica das denominações não expressa tudo o que cada dimensão significa. Por exemplo, a Econômica, além de lucro, contabilidade e finanças, inclui tecnologia, metodologia, responsabilidades, gestão, riscos, geração de emprego e renda, economia criativa e solidária, inovação, hierarquia, capacitação, entre outros. Ou seja, todo o necessário para se “administrar a casa” (Eco / Nomia).

Na Ambiental, além da gestão atmosférica, hídrica (saneamento básico, inclusive), do reflorestamento, da matriz energética, da gestão de resíduos e da ecoeficiência em geral, entram a economia circular, a gestão da espacialidade urbana e a ênfase na educação ambiental.

Na Social, expande-se a visão de sistemas para suporte aos coletivos humanos (educação, comunicação, habitação, transporte, segurança, saúde& bem-estar, esporte, lazer…), gestão de fluxos migratórios e inclusão do ecomapa do sujeito como influência direta (família, etc).

A Cultural compreende as referências, tradições, crenças (religiões incluídas), cultura organizacional, literatura, artes (música, dança, pintura…), artesanato – e a identidade do povo.

Na dimensão Política, estão as representações (partidárias, comunitárias, sindicais, esferas públicas e em instituições em geral), a diplomacia (administração da convivência) e as relações em geral entre agentes e elos da grande rede.

A Espiritual não diz respeito às religiões e igrejas, que ficam na dimensão Cultural (crenças). Diga-se de passagem, algumas religiões estão mais para a Econômica…ou quem sabe, a Política?!

A espiritualidade – no Modelo 6D – concerne ao autoconhecimento do sujeito no aprimoramento de sua relação para consigo, com o outro e o meio; à ética, à integridade e aos valores (vide o contrário em caso do anestesista que abusou de parturiente); além de governança; busca de equilíbrio sistêmico e do pertencimento individual: capacidade do sujeito ligar-se a um território geográfico (comunidade, cidade, país…) ou social (étnico, familiar, intelectual…) – expandindo-o continuamente.

Observe que a ‘pessoa’ ganha maior foco porque é o indivíduo que faz a diferença – para o bem ou para o mal – em qualquer instituição (inventando a internet, por exemplo; ou armas de destruição em massa). O uno afeta o múltiplo. Isso tem um sentido didático no novo Modelo, que é intuitivo e concebe a Sustentabilidade de forma mais ampla, detalhada e real.

A influência de uma dimensão sobre a outra ficará cada vez mais clara, mas adiantamos, por exemplo, que o líder de uma nação (dimensão Política) que ignora a importância de uma grande floresta (Ambiental) em função de ganhos questionáveis (Econômica) pode afetar a vida (Social, vegetal e animal) e sendo uma má referência – por difundir crenças desenvolvimentistas predatórias (Cultural) – pode impactar o mundo diante da concepção ecossistêmica da interdependência, ferindo a ética ecológica e o equilíbrio (Espiritual).

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