Moda aquece economia de Divinópolis e polo têxtil projeta alta de 10% nas vendas no 2º semestre

Com a chegada de eventos locais, aliada ao lançamento da coleção de moda primavera-verão, o polo têxtil de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas Gerais, está otimista com o desempenho no segundo semestre. Entre julho e dezembro, o setor projeta um crescimento de 10% em vendas na comparação com o mesmo período do ano passado.
Realizada de 4 a 8 de agosto, a Semana da Moda de Divinópolis (Semod) é uma das ações que prometem alavancar os números da região. O evento propõe conectar as empresas do setor a compradores, investidores e profissionais da área, em uma série de atividades voltadas à promoção da indústria local.
De acordo com o coordenador de projetos do Sindicato das Indústrias de Vestuário de Divinópolis (Sinvesd), Hideraldo Souza, a terceira edição da Semod promete impulsionar a cadeia têxtil e movimentar a economia local. Segundo ele, o evento deve reunir cerca de 300 produtores locais e mais de 500 negociantes de diversas regiões do País, movimentando aproximadamente R$ 8 milhões em vendas.
A programação é considerada uma verdadeira imersão no universo da moda: do conhecimento às oportunidades de vendas. Entre as atrações previstas estão oficinas, desfiles de coleções, seminários e rodadas de negócios.
Para 2025, o destaque será o programa de capacitação focado em Inteligência Artificial (IA), com aplicações em design, produção e marketing. Voltado para diferentes públicos, o programa espera colocar em prática treinamentos de última geração para empresas do setor da moda em Divinópolis.
Durante os cinco dias, também estão previstas a mostra acadêmica de novos talentos, happy hour para empresários e, no sábado, o evento será encerrado com um show gratuito. “É uma oportunidade de conexão entre indústria e lojista, reforçando a vocação da cidade para o setor de vestuário, mesmo diante de desafios persistentes”, pontua o coordenador.
Concorrência asiática e tarifaço preocupam o setor
Embora tenha apresentado um primeiro semestre positivo na comparação com o ano anterior, é no segundo semestre que o setor desempenha-se de forma mais acentuada, graças aos eventos e coleções de maior versatilidade. No entanto, segundo Hideraldo Souza, o setor da moda em Divinópolis segue prejudicado com a concorrência da China, em meio aos elevados custos de produção local.
Apesar das taxas impostas ao país asiático, o setor acredita que, na prática, os produtos chineses ainda possuem custos de produção menores que os nacionais. “É uma concorrência desleal e ainda não conseguimos mudar esse cenário”, reforça o coordenador.
Somado a isso, as turbulências comerciais internacionais, como o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificam as incertezas no setor da moda. A preocupação é que a China redirecione parte da produção excedente para mercados como o Brasil, praticando preços ainda mais baixos e pressionando a indústria nacional.
“Vendemos mais para o mercado interno, mas estamos preocupados se nossos produtos podem ficar menos competitivos com o tarifaço”, conclui Souza.
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