Senai Minas lança Escola do Audiovisual

O encantamento do brasileiro pela expressão audiovisual é visível não apenas pelo alto consumo de produções mas, também, pela reconhecida qualidade do que é realizado no País.

Para formar profissionais para essa indústria que está em pleno desenvolvimento no Estado, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Minas Gerais (Senai Minas) lança, dia 1º de junho, a Escola Senai/Sesiminas do Audiovisual. O espaço, que vai funcionar junto ao Teatro Sesiminas, no bairro Santa Efigênia (região Leste), se destina à realização de cursos, oficinas, debates e palestras direcionados à formação técnica e aperfeiçoamento profissional tendo no público jovem seu foco principal, como forma de contribuir para o fortalecimento do segmento audiovisual no Brasil, em especial Minas Gerais.

De acordo com o consultor da Escola Senai de Audiovisual, Helder Quiroga, a proposta é fortalecer o setor através da formação e capacitação técnica.

“As últimas pesquisas apontam o crescimento do setor na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), Triângulo, Zona da Mata e Sul de Minas. Estamos falando de formação para toda a cadeia produtiva. São cursos de diferentes durações, palestras e debates gratuitos a partir de julho”, anuncia Quiroga.

Considerado ponta de lança da economia criativa, o audiovisual é uma cadeia produtiva poderosa. Levantamento realizado pela Motion Pictures Association (MPA) em parceria com a Oxford Economics, publicado no segundo semestre de 2022, traz dados de 2019, antes da pandemia, mas é capaz de demonstrar o quão potente é essa indústria.

Segundo o relatório, o impacto direto do audiovisual na economia brasileira é de R$ 24,5 bilhões. Somando-se ainda o impacto indireto e induzido, esse valor chega a R$ 56 bilhões. Em relação a tributos, a geração direta é de R$ 3,4 bilhões, mas somando-se os tributos indiretos e induzidos, o total é de R$ 7,7 bilhões ao ano.

São, ainda, 657 mil empregos diretos, indiretos e induzidos, ou 126,6 mil contando-se apenas a geração direta.

O estudo mostra um forte impacto multiplicador do mercado audiovisual. Para cada R$ 10 de valor adicionado diretamente pelo audiovisual, outros R$ 13 são adicionados pela cadeia agregada, o que significa um fator multiplicador de 2,3 vezes no PIB e 5,2 vezes no emprego.

As aulas da Escola Senai, serão presenciais em Belo Horizonte e também em Cataguases, na Zona da Mata. O lançamento vai contar com a participação do presidente da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Alex Braga, e pelo assessor da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Juca Ferreira, que vão compor o painel “Desafios e Oportunidades do Audiovisual Brasileiro”, com mediação de Quiroga.

“Vai ser a primeira vez que essas duas autarquias vão se encontrar para discutir o desenvolvimento da economia a partir do audiovisual em Belo Horizonte. O audiovisual vem da cultura e flerta fortemente com as novas tecnologias. A Capital já é considerada pela Ancine como o terceiro maior polo de produção audiovisual do Brasil. A cidade sempre teve vocação para a economia criativa. Glauber Rocha veio a Belo Horizonte para fazer o Cinema Novo porque aqui existia uma comunidade de críticos. É uma cidade que se encontra cada vez mais com essa vocação. Estamos em um celeiro cultural de um Brasil mais profundo”, avalia o consultor.

Para a gerente de Cultura do Sesiminas – responsável pela programação dos cursos e do evento -, Karla Bittar, a liberação dos recursos das leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc vai permitir a realização de produções e eventos ainda represados pela crise econômica gerada pela pandemia e é importante que os profissionais estejam preparados para atender à demanda.

“O audiovisual responde economicamente mais do que o turismo. É um setor em plena expansão. A pandemia trouxe muitas oportunidades não só no audiovisual típico, mas nos teatros, shows, que usam técnicas audiovisuais para fazer cenários e projeções, por exemplo. Identificamos essa demanda na prática”, destaca Karla Bittar.

Segundo o gerente de Educação e Tecnologia do Senai, Ricardo Aloysio, a ideia da Escola Senai nasceu na pandemia, no intuito de prestar assistência a um setor que ainda não era atendido pela entidade.

“Aquele era um momento em que o setor estava sofrendo e precisava ser estruturado. É o setor que mais cresce no mundo, o Brasil é um grande consumidor e carente de mão de obra qualificada. Conseguimos montar a escola no Teatro Sesiminas, o que permite uma formação real, na prática. Entre oficinas e cursos serão 480 vagas em 2023. Essa é uma área extremamente tecnológica, incluindo o segmento de jogos”, completa Ricardo Aloysio.

A plataforma para mais informações e inscrições será disponibilizada após o evento de lançamento nas redes sociais do Senai Minas.