Setor das agências de comunicação faturou R$ 3 bilhões em 2020

Minas Gerais aparece em quarto lugar entre os estados que abrigam as agências de comunicação com maior notoriedade do País.
De acordo com o Anuário de Comunicação Corporativa, que em 2021 chega a sua 11ª edição, o Estado reúne atualmente 70 empresas entre pequenas, médias e grandes, de um universo de 1.580 que integram a pesquisa. Em primeiro lugar aparece São Paulo, com 939 empresas, depois Rio de Janeiro, com 163 e, em seguida, Paraná, com 73.
No geral, o setor das agências de comunicação faturou R$ 3 bilhões em 2020, resultado ligeiramente inferior ao faturamento de 2019, que chegou a R$ 3,02 bilhões. E empregou, no mesmo período, 15.228 profissionais, a maioria jornalistas.
No levantamento realizado pela Mega Brasil, o número de agências que registrou crescimento em 2020 (48,5%) caiu em relação à medição do ano anterior, que foi de 55,5%. Também houve crescimento no número de agências que registrou queda no faturamento. Entre as 50 maiores do mercado, o índice de queda dobrou, subindo de 14% para 28%. E entre as menores do mercado, esse índice atingiu 34,6% das empresas.
A edição 2021 do Anuário de Comunicação Corporativa se baseou na Pesquisa Mega Brasil com agências de comunicação, que reuniu a participação de 229 agências de todo o País. Mais uma vez o ranking das agências de comunicação foi liderado pela FSB Comunicações, tendo, na segunda colocação, o Grupo In Press.
De acordo com o diretor da Mega Brasil, Eduardo Ribeiro, apesar das incertezas provocadas pela pandemia no decorrer do ano passado, as agências se superaram e alcançaram um resultado satisfatório diante do cenário. Segundo ele, assim como em outros setores, houve crescimentos superiores a 100% (mesmo que raros) e também algumas quedas bruscas. A maioria das empresas, porém, manteve o mesmo desempenho de 2019.
Mas, vale dizer que com esse resultado o setor interrompeu dois anos consecutivos de crescimento (2019 e 2018). Em 2019, a expansão foi de 5,4% em relação a 2018.
“A pandemia jogou no chão todas as expectativas das empresas e dos próprios clientes. Com tantas incertezas que vieram junto com a crise sanitária, todos cortaram verbas e dispensaram as agências. Estas, por sua vez, buscaram se reestruturar”, disse.
Ribeiro se refere à dispensa de colaboradores, entrega de espaços físicos e tantas outras estratégias ou medidas adotadas como forma de conter os impactos trazidos pela pandemia. “A queda de 0,66% ainda foi bastante inferior à média do setor de serviços. Ainda assim, as agências experimentaram basicamente o movimento das demais áreas e os maiores impactados foram os negócios menores”, completou.
As maiores agências de comunicação por número de funcionários
A pesquisa indicou que o segmento das agências de comunicação empregava, no Brasil, em dezembro de 2020, pouco mais de 15 mil funcionários. No ranking por número de colaboradores, Minas Gerais sedia 5 entre as 50 maiores do País.
Primeiramente aparece a Partners Comunicação Integrada, com 200 funcionários; depois vem a Rede Comunicação de Resultado, com 51; a Prefácio Comunicação, com 39; a Link Comunicação, com 35; e a Intra Comunicação Corporativa, com 28. Entre as agências do Sudeste, a Partners Comunicação Integrada aparece em sexto lugar.
O diretor da Mega Brasil também destacou que o impacto causado pela pandemia nas agências de comunicação corporativa no Brasil foi bastante intenso e provocou alterações profundas nas relações de trabalho. Na pesquisa realizada para o Anuário de 2020, logo no início da pandemia, já se detectava alterações nas relações contratuais dos clientes com as agências. Esse movimento se consolidou e, agora, na pesquisa de 2021, 66,8% das agências pesquisadas apontam que houve redução de valores de contrato em clientes de suas carteiras. Além disso, para 41,5% houve cancelamento de contratos e para 40,2%, suspensão de contratos.
Mas, segundo ele, a crise também trouxe novos contratos para as agências. Foram 34,9% os que apontaram a conquista de contas em função da crise provocada pela pandemia. Muitas agências destacaram (35,8%) como impactos positivos provocados pela pandemia, que muitos clientes passaram a enxergá-las, em especial em momentos de crise, como ação de grande importância para a reputação e o negócio de suas marcas. Também como impacto positivo as agências pesquisadas indicaram “o aprofundamento e a aceleração da transformação/comunicação digital”.
Todo esse impacto no faturamento das agências provocou sérias repercussões nas relações de trabalho. Além do formato home office, amplamente adotado no setor, 96,1% das agências, em 33,2% delas as consequências foram mais duras ainda: houve demissões em 16,6%, redução de remuneração em 15,7% e suspensão provisória de contrato de trabalho em 11,8%.
Isso provocou redução ou fechamento das instalações físicas das agências: fecharam completamente suas estruturas 20,5%, e 28% reduziram seus espaços. E, mesmo após a pandemia, 77,7% dos que adotaram o home office pretendem mantê-lo combinado com o trabalho presencial e 17,9% devem ficar exclusivamente com esse formato de trabalho.
“O que a gente já percebe é uma volta híbrida na maioria das agências e também uma aceleração nos processos de transformação digital. A tecnologia já está sendo usada na abordagem e nas métricas de desempenho. Em suma, a pandemia agigantou o setor, porque permitiu que as empresas vissem o valor intrínseco da comunicação”, finalizou.
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