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Setor de biotecnologia requer mais políticas públicas para se fortalecer

Setor de biotecnologia requer mais políticas públicas para se fortalecer
Crédito: Pixabay

Não é de hoje que o setor de biotecnologia é considerado estratégico e recebe atenção especial de investidores. Com papel importante no aumento da produtividade agrícola; na área de saúde, por meio da elaboração de novos medicamentos, vacinas e kits diagnósticos; e na área de energia, potencializando a produção de bicombustíveis, por exemplo, a área pode ter desenvolvimento ainda maior a partir da criação de políticas públicas que a incentive.

Foi o que revelou um estudo realizado pela Fuqua Business School, escola de negócios da Duke University (EUA), uma das mais importantes do mundo. O levantamento mostrou que investir no setor de biotecnologia é fundamental para combater não só a Covid-19, mas também outras doenças. Para isso, é necessário criar políticas que incentivem as empresas a investir em tratamentos ou vacinas para doenças consideradas negligenciadas, como Chagas, Dengue e Leishmaniose.

O autor da pesquisa, professor norte-americano David Ridley, deu como exemplo o Voucher de Revisão de Prioridade, um sistema de incentivo às farmacêuticas lançado em 2007 nos Estados Unidos para desenvolver vacinas e tratamentos contra doenças, que, de outra forma, não seriam abordadas, pois estão relacionadas a nações pobres, com pouco retorno financeiro ou fora da realidade dos países de primeiro mundo. Isso explica porque os Estados Unidos lideram a pesquisa e desenvolvimento de novas drogas e vacinas.

Embora essa não seja a realidade do Brasil, Minas Gerais sai na frente no quesito incentivos e a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) é considerada o maior cluster biotecnológico do Brasil, atuando de forma competitiva no mercado da América Latina e outros mercados internacionais, na área de saúde humana, saúde animal, meio ambiente e agronegócios, segundo informações do governo do Estado.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), o País não tem um parque tecnológico que possa suprir a carência que possui nem uma política clara em setores estratégicos. Ainda conforme a entidade, no ano passado o País até impulsionou o desenvolvimento de vacinas, vem reduzindo o investimento na área de pesquisa e desenvolvimento na área de ciências da vida.

Já no caso de Minas Gerais, o plano de desenvolvimento estratégico do Estado, coloca o setor de biotecnologia e ciências da vida como prioritários. Segundo a Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais (Indi), Minas conta com seis incubadoras e três aceleradoras nos segmentos, além da presença de três polos e três parques tecnológicos que desenvolvem atividades sinérgicas com as atividades.

Ainda conforme o Indi, o Estado é considerado um dos principais polos de ciências da vida do Brasil e aqui, o setor se beneficia das políticas públicas formuladas para estimular o crescimento e a competitividade de sua indústria tecnológica. Nesse sentido, vale destacar a promulgação da Lei Estadual de Inovação em 2008 e a criação do Sistema Mineiro de Inovação (Simi) que visa promover a convergência e a cooperação de diversos atores para desenvolver a inovação, e o Programa de Incentivo à Inovação em Minas Gerais (PII).

O Estado ainda conta com um programa de apoio a startups conhecido como “Startups and Entrepreneurship Ecosystem Development” (SEED), que oferece capital, treinamentos e espaço de coworking aos empreendedores selecionados, e o BioStartup Lab, programa de aceleração de projetos focado nas áreas de ciências da vida.

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