Setor de eventos se recupera
O setor de eventos no País é um dos que se recupera mais rapidamente dos impactos negativos provocados pelo período de pandemia da Covid-19. De janeiro a julho de 2022, o segmento alcançou mais de 107 mil empregos formais, total que se aproxima das 112 mil vagas geradas em todo o ano de 2019. Desde o final de 2020, foram retomados 20.131 postos, uma alta de 20,8%. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape), durante o 1º Eventalk, promovido pelo Minascentro, em Belo Horizonte, no início de outubro, e têm como base os números do Ministério do Trabalho e Previdência. O grande salto no volume de atividades turísticas em Minas Gerais é um dos impulsionadores desse resultado, com a reabertura do Minascentro se destacando nesse cenário.
De acordo com a diretora estadual da Abrape Minas, Priscilla Machado, embora o segmento ainda registre uma ociosidade de 4,8% na comparação com 2019, o levantamento revela que o pior já passou. “As cinco atividades do core business apresentaram crescimento no número de empregos formais entre janeiro e julho de 2022. É um importante momento de recuperação do setor, que foi muito prejudicado nesses últimos dois anos”, afirma.
Conforme a Associação, o core business é composto pelos segmentos de Produção e promoção de eventos esportivos, que acumula 358 postos no período; Atividades ligadas ao patrimônio cultural e ambiental (424); Atividades de recreação e lazer (1.601); Atividades de organização de eventos, exceto culturais e esportivos (5.983); e Atividades artísticas, criativas e de espetáculos, que gerou 2.114 vagas. O hub setorial ainda envolve hospedagem, segurança privada, serviços gerais e limpeza, publicidade e propaganda, aluguel e montagem de estruturas, bares e restaurantes, operadores turísticos e agências de viagem.
Entre os resultados estaduais, Minas Gerais lidera o ranking em volume das atividades turísticas, com uma taxa de crescimento acumulada nos últimos 12 meses, até julho, de 60%, seguido por Rio Grande do Sul (56,8%), Bahia (48,4%) e Ceará (47,1%). Para o diretor do Minascentro, Jota Tomás, o Estado foi um dos mais rigorosos na proibição dos eventos, ao longo da pandemia, especialmente Belo Horizonte. Agora, espetáculos, congressos, feiras, festas, atividades esportivas e outros estão sendo retomados a todo vapor.
“A reabertura do Minascentro, no primeiro semestre, tem uma importante contribuição nesse sentido. O espaço, tradicional na cidade e com relevância no cenário cultural e de negócios nacional, teve agenda cheia nos últimos seis meses, incluindo shows de Chico Buarque, em outubro, e a programação das turnês de Maria Bethânia e Lenine, para novembro”, ressalta.
Ele acrescenta que a proposta do espaço também é fomentar e contribuir para a evolução de toda a cadeia ligada às várias vertentes do turismo, o que, inclusive, motivou a realização do Eventalk, em parceria com a MeEventos. O encontro reuniu especialistas para apresentar dados inéditos e debater importantes estratégias de atuação e deverá se firmar no calendário anual do setor.
“O momento é de transição, com a retomada do mercado e transformação do perfil de público. As empresas de eventos precisam entender as mudanças de consumo que ocorreram nesses últimos anos para trabalhar estratégias eficientes para alavancar as vendas daqui para frente”, completa Tomás. O grupo gestor do Minascentro ainda anunciou, no mês passado, parceria com a congregação Marista para a administração do Marista Hall, complexo de eventos e shows, localizado em área nobre de Belo Horizonte. O espaço passará por obras antes de ser reaberto e será mais um reforço para a cultura e o turismo mineiro e brasileiro.
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