Setor de franchising supera expectativas e avança 14%

Depois de dois longos anos de muitas dificuldades impostas pela pandemia, o setor de franchising brasileiro comemora os resultados consolidados de 2022. De acordo com o balanço divulgado nesta quinta-feira pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), o faturamento das redes no País superou, pela primeira vez, os R$ 211 bilhões, passando de R$ 185,068 bilhões em 2021 para R$ 211,488 bilhões em 2022. O montante representa um crescimento nominal de 14,3%, índice superior aos 12% projetados pela ABF.
Com isso, desde o pico da pandemia, são oito trimestres de crescimento ininterrupto. Frente a 2019, o avanço do franchising foi de 13,2%, cuja receita naquele ano totalizou R$ 186,755 bilhões. Já no quarto trimestre de 2022, cuja comparação se deu com igual período do ano anterior, menos impactado pela pandemia, a alta da receita foi de 12,6%, alcançando R$ 63,8 bilhões. Quando comparado ao quarto trimestre de 2019, o crescimento chega a 16,1%.
Para o presidente da ABF, Tom Moreira Leite, o retorno dos contatos presenciais, inclusive com a retomada de hábitos como viagens e grandes eventos, foi fundamental para os resultados do ano passado.
“Internamente, mantivemos o aprendizado da pandemia de fortalecer nossa operação em termos de eficiência e gestão, ao mesmo tempo em que continuamos a desenvolver capacidades e canais de venda digitais que mantêm uma participação muito relevante. Com isso, depois de uma curva de recuperação acelerada, voltamos a uma trajetória ascendente”, explica Leite.
A pesquisa também registra que houve expansão no número de operações em 2022. O volume total cresceu 7,8% na comparação com o ano anterior, totalizando 184.354 unidades, e 14,5% frente a 2019. O encerramento de operações ficou em 6,0%. Quanto aos repasses, o estudo indica que houve uma ligeira redução no ano passado, cujo índice foi de 2,5%, ante 2,8% em 2021. A média de unidades por rede se manteve quase estável (59,3 em 2021 e 59,9 em 2022), mas ainda representa uma diferença significativa em relação a 2019, que foi de 55,2.
Projeções
Para 2023, a ABF prevê um crescimento entre 9,5% e 12% no faturamento, 10% em unidades, 4% em redes e de 10% no número de empregados diretos do setor.
“A nossa curva de crescimento, a expansão da base instalada e os investimentos e ajustes realizados nos últimos anos indicam uma trajetória positiva para o nosso setor, ainda que a pressão de custos, um consumidor com seu comportamento em constante transformação e acesso a crédito dificultado são desafios que permanecem. Acredito que em um ano mais calmo, sem eleições, sem Copa do Mundo e com inflação mais controlada, teremos resultados ainda melhores”, conclui o presidente da ABF.
Ouça a rádio de Minas