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Faturamento do setor óptico em Minas Gerais caiu 9% em 2018

Faturamento do setor óptico em Minas Gerais caiu 9% em 2018
Mercado prevê de 5% a 7% de crescimento para este ano - Créditos: Arquivo DC

Depois de atrair a atenção em nível nacional com um desempenho acima da média em 2017, o setor óptico em Minas Gerais vive cenário oposto, com queda no faturamento e pouca representatividade em eventos do segmento.

Enquanto o faturamento do setor no Brasil recuou 2,1% em 2018 em relação a 2017, no Estado a queda foi de 9% na mesma base de comparação. Além disso, Minas Gerais não teve expositores na Expo Abióptica, maior feira do setor da América Latina, realizada no início deste mês.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Óptica (Abióptica), Bento Alcoforado, afirma que 2018 não saiu como o esperado para o setor. A meta da associação era de 5% de crescimento no faturamento, mas o segmento acabou registrando recuo.

“Acho que fomos otimistas nessa meta porque vínhamos de um caos na economia. O otimismo veio dos primeiros meses de 2018, que foram realmente bons. Mas, depois, as quedas foram sucessivas, principalmente por conta do sentimento de insegurança causado pelas eleições”, afirma.

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Ele acredita que foi esse cenário que levou Minas Gerais a regredir tanto de um ano para o outro. Em 2017, o Estado se destacou no País com 12% de crescimento no faturamento em relação a 2016. O crescimento foi o dobro do setor no Brasil. No ano passado, por outro lado, a queda de faturamento do setor no Estado foi mais de quatro vezes maior do que a queda em âmbito nacional.

“Minas Gerais tem muitos pontos de vendas e é um mercado pujante. Mas acredito que a crise tenha atrapalhado mais o Estado”, aposta.

Outro indício negativo do setor no Estado é o menor engajamento do segmento na Expo Abióptica. O presidente explica que a participação de empresários mineiros no evento nunca foi muito representativa, mas este ano diminuiu mais.

Ele afirma que ainda não fechou os números do evento, mas acredita que o número de empresários visitantes de Minas Gerais diminuiu em relação a 2018. Este ano também não houve representantes do Estado entre os expositores. No ano passado, uma empresa mineira expôs seus produtos na feira.

Apesar do cenário pessimista no Estado, o presidente acredita no potencial do mercado mineiro, que está em terceiro lugar no ranking de mercados mais representativos do setor no País. Ele chama atenção para a quantidade de municípios no Estado e a localização estratégica, o que favorece a logística de transporte de mercadorias.

Um dos municípios identificados como promissores pela associação é Extrema, no Sul de Minas Gerais. Segundo o presidente, a Abióptica iniciou, em 2013, uma negociação com a prefeitura do município para a criação de um polo óptico na cidade, mas a conversa não evoluiu. Ele afirma que a associação tem interesse em retomar esse diálogo, mas antes são necessárias algumas conversas em níveis estadual e federal.

Para 2019, as expectativas voltam a ser positivas, segundo Alcoforado. O presidente afirma que o mercado dá “sinais animadores” e permite a perspectiva de 5% a 7% de crescimento no faturamento neste ano, em relação a 2018.

“De março de 2018 a fevereiro deste ano, registramos um crescimento de 1,5% no faturamento. É um número positivo, se consideramos que janeiro é um mês de férias e fevereiro tem menos dias, portanto não contribuem tanto no acumulado”, afirma.

Alcoforado afirma que o segmento ainda sofre com a especulação do dólar, tendo em vista que boa parte da matéria-prima vem do exterior, mas há boas expectativas com a aprovação da reforma da Previdência e, posteriormente, da reforma Tributária.

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