SME quebra paradigmas e homenageia mulheres

O dia 26 de agosto é celebrado como o “Dia Internacional da Igualdade Feminina”. A data, que pretende promover discussões e ações sobre a equidade entre homens e mulheres, foi escolhida pela Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) para a entrega da primeira “Medalha Maura Menin Teixeira de Souza”.
A distinção serve para homenagear a engenheira que mais se destacou no ano. A escolhida pela entidade foi a engenheira química, formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Virgínia Sampaio Teixeira Ciminelli.
De acordo com a presidente da SME, Virgínia Campos, a medalha visa incentivar a mulher engenheira e destacar suas contribuições para o desenvolvimento da Engenharia. O objetivo é apresentar as grandes engenheiras que têm contribuído para a profissão e criar paradigmas que sirvam de exemplo e incentivo para trazer para a engenharia um contingente cada vez mais numeroso de mulheres competentes e capazes.
“Celebramos o Dia Internacional da Igualdade Feminina agindo para que as mulheres disponham das mesmas oportunidades e beneficiem-se das mesmas condições e autonomia de decisões que os homens. Liberdade para gerir as próprias vidas deixou de ser uma escolha, mas uma condição intrínseca, cuja tarefa de implementação é daqueles que vivem no século 21. O prêmio Maura Menin Teixeira de Souza vem ao encontro dessa tarefa. Foi instituído para dar visibilidade à atuação de mulheres no exercício das profissões ligadas à ciência, tecnologia, engenharia e matemática e nos coloca ativamente na Agenda 2030 da ONU”, explicou Virgínia Campos.
A homenageada, Virgínia Sampaio Teixeira Ciminelli, doutorou-se nos Estados Unidos, na Universidade do Estado da Pensilvânia (Penn State). Ao longo da sua carreira, tem liderado parcerias com um grande número de instituições no Brasil e no exterior, estabelecendo redes multidisciplinares de pesquisadores, em colaboração com a indústria e programas de desenvolvimento territorial.
Suas pesquisas buscam – através da aplicação de modelagem termodinâmica e cinética, aliada ao uso de técnicas espectroscópicas e de microscopia eletrônica. É membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC), da Academia Mundial de Ciências (TWAS, na sigla em inglês) e é também membro estrangeiro da Academia Nacional de Engenharia dos Estados Unidos (NAE, na sigla em inglês).
“Esta importante iniciativa da SME, na gestão da engenheira Virgínia Campos, chama a atenção para dois temas que são da maior relevância e contemporaneidade. O primeiro é o protagonismo da mulher em áreas historicamente consideradas masculinas, como as engenharias. O segundo é a água, esse recurso precioso, cuja disponibilidade e qualidade são fundamentais para se garantir vida com qualidade e desenvolvimento econômico. Maura Menin assumiu o protagonismo e alcançou posições de liderança na área de hidrologia, em uma época em que essa ousadia era certamente uma grande exceção. O tema água nos une. Como docente e pesquisadora da UFMG, dedico minha vida ao estudo de processos que são realizados em meio aquoso e à formação de engenheiros e pesquisadores. Foi uma grande honra receber a medalha Maura Menin e o título Engenheira do Ano na sua primeira edição. Espero que a distinção sirva de inspiração para outras mulheres, bem como para enfatizar a urgência de conhecermos e conservarmos os nossos recursos naturais”, afirma Virgínia Ciminelli.
A SME optou por nomear a Medalha com o nome de uma profissional de reconhecida competência, que dedicou sua vida à valorização da engenharia, na especialidade da Hidrologia e dos Recursos Hídricos. A Engenheira Maura Menin Teixeira de Souza, nascida em 1920 e falecida em 2001, foi a terceira mulher a se formar engenheira em Belo Horizonte, na turma de 1944 da Universidade Federal de Minas Gerais.
Desde 1983, a SME concede a Medalha Engenheiro do Ano. “Considero o dia de hoje um marco para nossa entidade. Não se trata de promover oposição feminino versus masculino, mas de valorizar opiniões diferentes e conhecimentos únicos aderentes a um novo cenário mundial onde palavras como cuidar e acolher ganham novos significados e robustez”, ponderou a presidente da SME.
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