Sol Saboaria, de Uberlândia, foca em exportação para crescer

Criada como um negócio artesanal e “improvável”, nas palavras da sua fundadora, Camilla Sol, a Sol Saboaria tem na exportação uma das estratégias para crescer. Formada em 2020, a empresa de Uberlândia (Triângulo Mineiro), já faz vendas para Portugal e Angola e já abriu conversas com Colômbia e Peru, onde a negociação está mais adiantada.
“Sou formada em administração e sempre trabalhei em grandes empresas, mas, ao mesmo tempo, sempre tive uma grande sensibilidade para aromas e, em 2020, comecei a produzir sabonetes que vendia para amigos e parentes. Fiz uma parceria com uma química da cidade e busquei qualificação para garantir a qualidade dos meus produtos enquanto ainda conciliava a produção com o meu trabalho”, relembra Camilla Sol.
A primeira grande virada aconteceu em 2022, quando deixou o emprego CLT e se transformou em uma “eupresária: eu + empresária”, dedicando-se exclusivamente à Sol Saboaria. Ela abriu um ateliê para ter o alvará da vigilância sanitária e começou a jornada empreendedora que levou a saboaria à exportação.
Tudo começou quando ela expunha os produtos em uma feira na cidade e conheceu consultores da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil). Ali, tomou conhecimento sobre os programas de capacitação e missões internacionais promovidos pela agência e resolveu participar de todos que pudesse e que tivessem a ver com a sua área de negócios.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
“A Apex abriu um novo mundo de possibilidades para a Sol Saboaria. Com mais conhecimento vi que a exportação é uma possibilidade concreta. Participei de uma primeira jornada exportadora em que não consegui fechar negócios, mas voltei transformada”, conta.
Enquanto isso, ela conseguiu levar o primeiro sabonete para ser produzido em uma indústria terceirizada e conquistou o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “E agora o teste dermatológico. E, com tudo isso, consegui fazer as primeiras vendas para Portugal e Angola e deixei de ser um negócio ‘improvável’”, explica a empresária.
Hoje, além do e-commerce próprio, a Sol Saboaria continua vendendo em feiras e exposições e busca representantes para distribuir os produtos pelo País. Um mercado emergente é o de brindes corporativos e também de amenities em hotéis.
Para atender essa diversidade de clientes, a aposta da empreendedora é em uma produção socioambientalmente responsável, atendendo, principalmente, aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS):
- 3: Saúde e bem-estar – garantir o acesso à saúde de qualidade e promover o bem-estar para todos, em todas as idades;
- 8: Trabalho decente e crescimento econômico – promover o crescimento econômico inclusivo e sustentável, o emprego pleno e produtivo e o trabalho digno para todos;
- 12: Consumo e produção responsáveis – garantir padrões de consumo e de produção sustentáveis e
- 17: Parcerias e meios de implementação – reforçar os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.
Além dos sabonetes, a empresa também produz difusores de aroma, velas aromáticas, home sprays, águas perfumadas, perfumes para papel, sachês perfumados e escalda-pés. Para a exportação, a saboaria destaca sabonetes e velas. Em agosto Camilla Sol conquistou o Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2025, etapa Minas Gerais, na categoria Negócios Internacionais, pelo seu trabalho com vistas à exportação.
“Sempre me preocupei em ter uma produção responsável. Agora estamos trabalhando para conquistar o selo economia circular. Vamos começar um projeto para usar resíduos têxteis junto com as bordadeiras de Uberlândia. Quero contar a história da mineiridade, do cerrado, gerando trabalho e remuneração justa”, frisa a fundadora da Sol Saboaria.
Ouça a rádio de Minas