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Solução da startup Tangerino otimiza setor de RH

Solução da startup Tangerino otimiza setor de RH
Crédito: Divulgação/Tangerino

O home office e o trabalho remoto, antes considerados diferenciais oferecidos por poucas empresas – geralmente do setor de tecnologia –, se mostraram um modelo eficiente ao longo da pandemia. Tanto, que muitas empresas sequer cogitam voltar a um modelo totalmente presencial. O formato híbrido é, segundo pesquisas realizadas nos últimos meses, a preferência de empregados e empregadores.

Na última edição do Índice de Confiança Robert Half, estudo trimestral da consultoria, foi levantado que o modelo híbrido de trabalho deverá ser implementado por 48% das empresas brasileiras em 2022, enquanto 38% das empresas planejam retornar ao modelo 100% presencial e apenas 3% pretendem permanecer no modelo 100% home office.

De forma parecida pensam os trabalhadores. Segundo levantamento feito pelo site Vagas.com, divulgado em dezembro, 42% dos profissionais preferem o modelo híbrido. O trabalho presencial foi a preferência de 32%, e os motivos que mais se destacaram pela escolha dessa opção foram: ter maior foco e concentração (37%), ter relacionamento presencial com outras pessoas da empresa (32,6%), ter um ambiente adequado para trabalhar (móveis e infraestrutura) (16,4%), sair do ambiente doméstico (4,3%), entre outros.

E o método totalmente remoto foi a escolha de 26%. Para esses, as motivações principais são: trabalhar em empresas de qualquer região no Brasil e exterior (27,5%), evitar a locomoção até o trabalho (14%), cuidar de filhos e outros familiares e ganhar tempo para outras atividades pessoais (11,75%, cada) e ter flexibilidade para adequar o trabalho a outras atividades domésticas (10,4%), entre outras.

Um quesito, porém, continua atormentando os dois lados da relação: o registro de jornada. Mesmo que vários estudos e testemunhos mostrem que a produtividade não caiu e, até ao contrário, tenha aumentado, questões como registro e pagamento de horas extras, contabilidade de banco de horas e gozo de férias se tornaram mais complicados.

A solução também parte da tecnologia, e cada empresa tem dado um “jeitinho”, se valendo de ferramentas como o WhatsApp, por exemplo. Elas seguem, porém, enfrentando problemas como fraudes e falta de transparência.

Para o CEO da Tangerino – startup com foco em soluções para registro de ponto, Leonardo Barros, a solução está em utilizar a tecnologia como forma de dar transparência aos dados.

“Temos uma cultura que acredita no controle e na punição como caminhos para a produtividade. Mesmo antes da pandemia já sabíamos que isso não era verdade, mas a impossibilidade de nos locomovermos deixou às claras essa situação. O que trabalhadores e gestores precisam é monitorar e dar transparência aos dados, fazendo com que eles sejam úteis à relação entre empresa e trabalhadores e na criação de estratégias”, explica Barros.

O Tangerino nasceu em 2013, em Belo Horizonte, quando passou no Congresso uma nova lei exigindo o controle de ponto para empregadas domésticas. Como o relógio de ponto é muito caro e exige manutenção constante, os sócios do Tangerino entenderam que um app poderia solucionar o problema.

A solução evoluiu para se tornar antifraude. Por meio de reconhecimento facial, a tecnologia consegue identificar colaboradores com o uso de máscara e conta com assinatura eletrônica da folha de ponto pelo próprio aplicativo Tangerino. Por meio do dashboard na plataforma web ou pelo app Tangerino Gestor, é possível acompanhar pontos em aberto, pontos fechados, atrasos/faltas e horas extras em tempo real, além de extrair relatórios.

“O que propomos é sair da cultura do controle e ir para uma ferramenta de gestão, de transparência. Só o controle não gera empatia. O mundo mudou. Quando você leva transparência para o processo, facilidade de uso, a experiência se torna positiva, saindo do modelo punitivo. Quando o profissional vê transparência, ele fica mais disposto a colocar as informações”, destaca.

Naturalmente as empresas que já tinham o processo de transformação digital iniciado antes da pandemia tiveram mais facilidade na absorção dessa nova realidade e aderiram às soluções tecnológicas com menos traumas. E os setores que têm uma dependência muito grande do volume de mão de obra, os que mais sentiram a urgência da mudança.

A expectativa do empresário é dobrar o número de clientes em 2022 em relação ao ano passado.

“O que a pandemia trouxe foi a mudança do ‘acho legal, interessante’ para o ‘eu preciso’. Mudou a urgência. As empresas que já estavam preparadas tiveram um processo muito mais fluido. O requisito para usar a plataforma é ter um telefone e uma rede de dados em algum momento da jornada. Mas até da rede de dados é possível abrir mão. O usuário consegue fazer o registro off-line e depois sincronizar. Esse modelo de trabalho veio para ficar. Atendemos o nicho de pequenas e médias empresas dando volume operacional e segurança. Aumentamos a entrega de valor do produto, dando fluidez ao fluxo de trabalho do departamento de pessoal e recursos humanos”, completa o CEO do Tangerino.

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