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Sorveterias investem na expansão das redes

Sorveterias investem na expansão das redes
Créditos: DIVULGAÇÃO

As altas temperaturas médias registradas em quase todo o território ao longo do ano fazem do Brasil uma gigantesca oportunidade para as redes de sorveteria. As guloseimas, mais do que uma sobremesa ou uma doce recompensa em dia de calor, são alimentos que podem integrar cotidianamente uma dieta saudável. Com diferentes formas, as redes avançam das capitais para as pequenas cidades por meio do franchising.

Minas Gerais, com seus 853 municípios e uma população de 21,04 milhões de habitantes, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para 2018, é um território disputado pelas redes.

A Ice Creamy Sorvetes desembarcou em Belo Horizonte no fim de março. A unidade, que fica no Minas Shopping, na região Nordeste, se junta à já existente em Ipatinga (Vale do Aço), com previsão de abertura, nos próximos meses, de unidades em Patos (Alto Paranaíba) e Ituiutaba (Triângulo).

De acordo com o gerente de franquias do Grupo We Food (responsável pela marca Ice Creamy e Santo Fogo), Eliade Nogueira, o foco atual são cidades com mais de 100 mil habitantes.

“Minas Gerais é muito grande e quente, oferecendo excelentes oportunidades. Para isso estamos, inclusive, formatando um modelo compacto de operação, para alcançar as cidades menores. Nesse tempo que ainda temos para o lançamento do modelo, estudamos individualmente os casos específicos de cidades menores que têm potencial de consumo. Também já estamos em negociação com shopping centers em Uberaba e Uberlândia (Triângulo), para abertura de unidades em breve”, anuncia Nogueira.

O investimento médio para a abertura de uma loja é de R$ 200 mil, com retorno previsto para até 24 meses. No ano passado, a marca anunciou um investimento de R$ 25 milhões, que engloba a inauguração de uma loja modelo, na cidade de Ribeirão Preto (SP), em abril.

A fábrica, que fica na cidade de Catanduva, também no estado de São Paulo, que atualmente produz 3 milhões de litros de sorvete por ano, vai duplicar sua capacidade de produção. A meta é investir em 50 lojas próprias e na internacionalização dos negócios.

Com faturamento de R$ 100 milhões no ano passado, a expectativa da rede é aumentar em 30% seu faturamento esse ano, além de atingir a marca de 100 lojas inauguradas em todo o Brasil.

Logística – A logística é, na visão do executivo, um dos maiores desafios do segmento. A estratégia é investir em logística própria.

“Nossa preocupação é entregar soluções que outros não conseguem. Com o centro próprio de logística conseguimos reduzir o custo final para o franqueador entre 7% e 12%. Temos dois tipos de caminhões para garantir que o produto chegue perfeito a qualquer lugar do País. As lojas mais distantes recebem o abastecimento de 45 em 45 dias. As mais próximas, de 15 em 15”, pontua o gerente de franquias do Grupo We Food.

Os números do segmento comprovam que o esforço vale a pena. De acordo com Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (Abis), o País é o 10º maior produtor mundial, tendo a região Sudeste com o maior consumo de sorvete, com 52%; seguida do Nordeste (19%); Sul (15%) e Centro-Oeste (9%).

No topo do ranking como maior consumidor mundial de sorvete do mundo está a Nova Zelândia, com índice de 12,8 quilos por pessoa no ano, seguida da Austrália (11,6 kg); Estados Unidos (10 kg) e Finlândia (8,6 kg). Ainda segundo a Associação, o consumo de sorvetes no Brasil vem crescendo constantemente.

Em 2003, foram consumidos 685 milhões de litros, já em 2016, 1 bilhão de litros, um crescimento de 46% em apenas três anos. Todo o segmento faturou mais de R$ 12 bilhões. Existem 8 mil empresas no setor de sorvetes. Dessas, mais de 90% são micros e pequenas empresas.

Chiquinho – Na mesma trilha segue a gigante Chiquinho Sorvetes. Com mais de 480 lojas, acaba de inaugurar a sexta unidade em Belo Horizonte, dessa vez no Terminal Rodoviário Israel Pinheiro (Tergip), no Hipercentro. Esta é 54.ª unidade da rede em Minas Gerais. Segundo a executiva de expansão da rede, Alessandra Luchi, essa é a primeira unidade do franqueado, que já projeta outras cinco na Capital.

Créditos: divulgação

“Ele já tem outros negócios no setor de alimentação na cidade, inclusive na rodoviária, e conhece bem o varejo de Belo Horizonte. O franqueado multimarcas e multiunidades é um perfil que vem crescendo muito no Brasil e que gostamos de trabalhar na Chiquinho. Ao mesmo tempo temos diferentes modelos de negócios, que se encaixam em diferentes oportunidades. Sendo assim, Minas Gerais é um território muito importante para o nosso resultado atual e expansão”, avalia Alessandra Luchi.

Há um mês foi inaugurada a primeira unidade da rede em Piumhi, na região Centro-Oeste, com 34,5 mil habitantes, segundo o IBGE. A próxima abertura será em Coromandel, no Alto Paranaíba, com 28 mil habitantes, também segundo estimativas para 2018.

Os números divulgados pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) também são animadores. De acordo com balanço de 2018, o faturamento do segmento de alimentação cresceu 7%, na comparação com 2017, passando de R$ 42,816 bilhões para R$ 45,827 bilhões, praticamente empatando com a média nacional do setor de uma forma geral, que ficou em 7,1%.

Em número de unidades o segmento de alimentação cresceu 5,9%, superando a média nacional geral, cujo número de unidades franqueadas no Brasil entre 2017 e 2018 saltou 5,2%.

O investimento médio para abertura de uma unidade é de R$ 300 mil, já com o primeiro estoque.

“Para garantir que nossos produtos cheguem com qualidade para o consumidor desenvolvemos uma fórmula própria de bebida láctea exclusiva e fazemos nossa própria logística. Depois que assumimos o transporte, em 2016, nunca mais tivemos atraso nas entregas, que acontecem de 15 em 15 dias. Também homologamos 100% dos insumos utilizados nas lojas. O leite condensado, por exemplo, é o mesmo em qualquer lugar do Brasil”, pontua a executiva de expansão da Chiquinho Sorvetes.

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