Sportstech mineira, Wit Soccer registra R$ 100 mi em negociação de atletas e expande operações

A empresa mineira World Intelligent Triage of Soccer (Wit Soccer), que atua com a captação e avaliação de jovens talentos para o esporte, registrou, recentemente, a marca de R$ 100 milhões em negociações de profissionais. Isso porque a marca conta com um aplicativo próprio em que são realizados os cadastros, triagens e negociações de nomes com possíveis interessados no mercado, como times de futebol.
A ferramenta funciona como uma espécie de “peneira digital”, porque nela estão 10 mil novos atletas cadastrados e aproximadamente 700 avaliações.
Quem comanda a empresa há duas décadas é o CEO e fundador, Taciano Pimenta. Segundo ele, durante todo esse período, a startup ganhou referência e respeito do mercado quando o assunto é negociação de atletas.
“Eu queria me diferenciar de outros empresários, mas na época, poucos tinham acesso à internet e o processo de avaliação de atletas era algo muito empírico, realizado pelo próprio técnico ou olheiro. Como estratégia, em 2004, fizemos uma parceria com a UFMG e Fundep, justamente para que tivéssemos algo científico nesse momento de observação”, explica Pimenta.
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Ele lembra que, na época, foi feita uma pequena divulgação do então novo negócio e, para sua surpresa, 19 mil acessos foram registrados no site. “Foram também 6 mil inscritos e 600 jovens avaliados dentro do Centro Esportivo Universitário da UFMG”, complementa.
Ao longo dos anos, segundo o CEO da Wit Soccer, sete atletas foram convocados para a Seleção Brasileira de Futebol, incluindo nomes como Douglas Coutinho, Pedro Paulo, Bruno Viana e Caio Emerson. Todos eles foram captados pela empresa quando tinham entre 10 e 13 anos.

Como funciona o aplicativo?
Na plataforma, o candidato realiza um teste de personalidade que traça o perfil do atleta, e testes técnicos via vídeo, captado pelo próprio app. Os atletas selecionados participam de um teste presencial e a plataforma envia todos os relatórios dos testes.
Pandemia contribuiu para acelerar a digitalização do negócio
Mesmo fora de um ecossistema de inovação e startups, a Wit Soccer conseguiu fechar negociações com um investidor de clubes da Europa, parcerias estratégicas com redes de TV e um contrato publicitário com Ronaldinho Gaúcho. “Entretanto, estávamos isolados, navegando sozinhos e eu fui fazendo tudo com investimento próprio”, lembra Taciano Pimenta.
O cenário mudou após a pandemia de Covid-19, quando as tecnologias aceleraram a digitalização e a Wit Soccer foi em busca de parceiros que pudessem apoiar o crescimento da empresa. A startup foi selecionada no processo de avaliação do Grupo FCJ e passou a ser parte do portfólio da Federaminas Ventures, venture builder da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais (Federaminas).
A Wit Soccer também está em negociação com a Amazon Web Services (AWS) e a Azure, da Microsoft, para utilização de ferramentas digitais, as mesmas aplicadas no futebol americano e na Fórmula 1, por exemplo.
Meta é inserir 10 novos atletas por ano em times brasileiros
Segundo Pimenta, “a Wit Soccer é extremamente escalável e podemos, agora, avaliar um número muito maior de atletas”.
A projeção é de 100 mil novos downloads e cadastros na plataforma por meio de campanhas com Ronaldinho Gaúcho, e a inserção de 10 novos atletas nos grandes clubes brasileiros por ano. “Nos cinco primeiros anos, queremos 50 atletas performando nos grandes clubes e a plataforma com percentual de uma venda futura desses atletas”, conclui o CEO.
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