Startup mineira transforma mercado de películas para celular

Capazes de carregar documentos, contatos, trabalho, diversão, a nossa biometria, a vida financeira e até nossas memórias mais queridas em formato digital – além de permitir a comunicação via telefone -, os celulares atingiram um grau de importância na vida de quase toda a população mundial nunca antes alcançado por qualquer aparelho. E, com eles, os acessórios também viraram objetos de desejo e uma necessidade diária. E, entre os acessórios, a quase imperceptível película, responsável por proteger a tela do celular, se mantém discreta, porém insubstituível.
E foi atenta a esse detalhe que a Amet, empresa mineira de Nova Serrana (região Centro-Oeste), passou de uma simples loja de equipamentos de informática, a pioneira em um mercado que cresce e se diversifica na mesma velocidade em que são lançados novos modelos de celular. Hoje a startup se identifica como uma fornecedora de acessórios para celular.
Segundo o CEO da Amet, Cliford Oliveira, até meados da década de 2000 os telefones eram relativamente baratos e as películas, ainda de vidro, também tinham pouco valor agregado. A partir da explosão do mercado com os smartphones, os preços dos aparelhos subiram substancialmente e a película para proteger os celulares ganhou importância.
“A película protetora e outros acessórios ganharam representatividade, mas a velocidade de lançamento de novos modelos de aparelhos – hoje são mais de 18 mil no mundo – impunha ao comerciante a necessidade de um estoque muito grande e diverso e não havia giro suficiente, tornando a venda de películas pouco viável economicamente. Foi nessa época que, em uma feira, conheci uma máquina que cortava películas do tamanho e formato que você quisesse. Ali enxerguei a solução: não ter um estoque de cada modelo de película, mas poder fabricá-la na hora, atendendo exatamente a necessidade daquele cliente”, relembra Oliveira.
Foi assim que o empresário começou a pesquisar sobre o equipamento e sobre a matéria-prima ideal para produzir a película. Para isso contactou fornecedores chineses e desenvolveu, em parceria, a folha de película ideal, capaz de garantir segurança, durabilidade e conveniência financeira para o usuário. A Amet se tornou, assim, uma importadora das máquinas e do insumo para a fabricação de película protetora para a tela de celular.
Hoje já são 4500 máquinas espalhadas por todo o Brasil e a empresa já começou a internacionalização, operando no Peru e no Chile e está começando nos Estados Unidos.
“Instalei a primeira máquina na minha loja e, em poucos meses, as películas se tornaram o meu produto mais rentável. Então passei a procurar amigos da região e todos que instalavam a máquina, tinham muito sucesso. Começamos a crescer concentricamente e hoje estamos no Brasil inteiro”, comemora.
O mercado é promissor. Dados da consultoria IDC revelam que mais de 78 milhões de celulares são vendidos por ano no Brasil. E, do total de usuários, cerca de 40% disseram já ter tido a tela do aparelho quebrada, de acordo com pesquisa da 180 Seguros. Estima-se que o conserto de uma tela pode variar de R$ 250 a R$ 2.500, a depender do modelo do aparelho. E há quem opte por ter o seguro contra quebra acidental da tela, que pode representar um custo entre R$ 200 e R$ 1.000 ano.
As películas para celular abriram caminho para o lançamento da marca Amet de acessórios como caixas de som, fones de ouvido e carregadores, entre outros itens. Todos os produtos são testados no mercado mineiro antes de serem lançados no resto do Brasil. Minas corresponde por 35% do faturamento da empresa.
“Começamos a nossa história em Minas e é aqui que vamos permanecer. O Estado oferece boas condições tributárias e os portos secos nos ajudam a distribuir as máquinas. Até o fim do ano devemos inaugurar um novo centro de distribuição no Sul de Minas. Ainda estamos escolhendo a cidade. E a sede administrativa vai continuar em Nova Serrana”, completa o CEO da Amet.
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