Negócios

Conheça o supercomputador da Inatel que promete acelerar pesquisas em IA

Processamentos de algoritmos no Instituto agora são concluídos em menos de uma hora
Conheça o supercomputador da Inatel que promete acelerar pesquisas em IA
Cristiani Guimarães: essa foi uma aquisição estratégica para o Inatel, fruto de um projeto de P&D em conjunto com o MCTI | Foto: Divulgação Inatel

Para formar competências técnicas e desenvolver provas de conceito que apoiem a transformação digital de setores estratégicos, o Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) apresenta seu novo computador de alto desempenho (HPC), popularmente chamado de supercomputador. A infraestrutura foi viabilizada por meio de uma parceria em um projeto de pesquisa e desenvolvimento (P&D), voltado ao avanço de soluções em inteligência artificial, com foco em visão computacional e aplicações na área da saúde. O investimento foi de R$ 3 milhões.

De acordo com a gerente de PDI (pesquisa, desenvolvimento e inovação) em Software do Inatel, Cristiani Guimarães, os resultados já são expressivos: algoritmos que antes levavam até três dias para serem processados, agora são concluídos em menos de uma hora.

“Essa foi uma aquisição estratégica para o Inatel, fruto de um projeto de P&D em conjunto com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Nesse projeto, temos como principais objetivos o desenvolvimento de aplicações avançadas voltadas para a saúde e também a formação de profissionais altamente capacitados em soluções de visão computacional”, explica Cristiani Guimarães.

O supercomputador possui oito Unidades de Processamento Gráfico (GPUs) de última geração, capacidade de clusterização e suporte ao uso simultâneo por múltiplas frentes de pesquisa, ampliando significativamente o poder computacional do instituto.

A GPU é um circuito eletrônico especializado que acelera a criação de imagens e vídeos por meio de cálculos paralelos, mas também é usada em tarefas de inteligência artificial, computação científica e análise de grandes volumes de dados.

“O HPC é um equipamento importado, com tecnologia NVIDIA, que conta com representantes oficiais no Brasil. Existem poucos computadores como este no País, mas não em Minas. Além do investimento direto na máquina, é necessário também investir em infraestrutura, como rede elétrica, refrigeração do ambiente e tecnologias de cibersegurança e ferramentas de acesso”, pontua.

A plataforma foi projetada com arquitetura modular e escalável, permitindo integração com projetos futuros e consolidando o Inatel como uma das primeiras instituições privadas de Minas Gerais a operar um HPC próprio. O equipamento também passa a apoiar outras pesquisas executadas no Instituto, além de oferecer suporte a novas iniciativas de PDI em sinergia com o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), apoiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Além de cumprir os objetivos iniciais, o supercomputador também será utilizado em projetos com a indústria, aplicações em segurança, inteligência artificial de ponta a ponta e pesquisas acadêmicas desenvolvidas pelo Inatel.

“Isso traz avanço tecnológico e transformação digital para a indústria, tanto em processos produtivos quanto em saúde do colaborador. O supercomputador também pode ser aplicado na agricultura, no Judiciário, nas finanças ou em qualquer área que deseje utilizar inteligência artificial. Também almejamos melhorar o processo de ensino e aprendizado. Atualmente, o HPC está disponível para todas as áreas de desenvolvimento de projetos do Inatel, bem como para pesquisas de mestrado e doutorado.”

A capacidade de processamento do supercomputador do Inatel já acelerou a entrega dos pesquisadores no treinamento de modelos complexos de inteligência artificial. Um dos projetos mais avançados, com potencial de impacto direto na população, está sendo desenvolvido na área de telemedicina, levando atendimento a regiões remotas sem acesso a médicos e hospitais.

“Estamos no Vale da Eletrônica, um lugar privilegiado para o desenvolvimento de tecnologias que realmente vão melhorar a vida da população. Buscamos, por exemplo, na área da saúde, apoio para o diagnóstico médico, permitindo que a máquina enxergue aspectos que o ser humano não consegue ver. Assim, ela traz celeridade à resolução dos problemas. Como seu conhecimento é baseado em uma grande quantidade de dados, pode ser cada vez mais assertiva na tomada de decisão”, completa a gerente de PDI em Software do Inatel.

Plataforma Nativos do Futuro democratiza ensino tecnológico no Brasil

Alunos do ensino médio de todo o Brasil podem acessar a plataforma Nativos do Futuro. O espaço digital gratuito reúne cursos on-line, podcasts, reportagens especiais e conteúdos tecnológicos sobre temas que vão de inteligência artificial, conectividade e cidades inteligentes a robótica, programação, sustentabilidade e ciências. O objetivo é democratizar o acesso ao conhecimento, despertando nos jovens o interesse pelo aprendizado tecnológico.

Além dos conteúdos exclusivos, a plataforma também traz informações sobre as Olimpíadas Tecnológicas, realizadas nos últimos dois anos em diferentes regiões do País. Nessas competições, jovens participam de desafios de robótica, programação, engenharia biomédica e cibersegurança. Em cada edição, os estudantes são estimulados a aplicar criatividade e trabalho em equipe para propor soluções inovadoras para problemas reais, aproximando teoria e prática de forma lúdica e transformadora.

De acordo com o coordenador do projeto, professor Guilherme Marcondes, o Nativos do Futuro conta com apoio do MCTI e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A iniciativa busca se consolidar como referência nacional em educação tecnológica gratuita para jovens.

“O Nativos do Futuro é um convite para que jovens de todas as regiões explorem conteúdos inspiradores, aprendam de forma interativa e se enxerguem como protagonistas do futuro digital do Brasil”, destaca Marcondes.

Em 2024 e 2025, o projeto realizou competições tecnológicas nas cinco regiões do Brasil, levando desafios de robótica, programação, cibersegurança e engenharia biomédica a jovens do ensino médio. Neste ano, as competições passaram pelos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pará, Amazonas, Goiás e Alagoas. As finais serão no campus do Inatel, em Santa Rita do Sapucaí, em 31 de outubro.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas