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Sustentabilidade ganha força no setor de moda

Entre as tendências para 2023 é que as marcas se posicionem de modo positivo visando o futuro com otimismo
Sustentabilidade ganha força no setor de moda
Fernando Pimentel e Henrique Ceotto na abertura da 7ª edição do Congresso Internacional Abit, que termina hoje em BH | Crédito: Herlane Meira

A moda mineira voltou a ganhar foco após dois anos de um mercado desaquecido por conta da pandemia. O retorno dos eventos presenciais na capital mineira é um exemplo dessa recuperação para o setor de vestuário, indústria têxtil e de confecção. Neste ano, Belo Horizonte voltou a ser palco de mais uma edição do Congresso Internacional da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). O evento, que tem como tema principal “Estratégias para um futuro mais sustentável”, começou ontem no Minascentro e acontece em paralelo com o Minas Trend.

Um dos principais assuntos levantados ontem no evento foi abordado pelo sócio da McKinsey & Company, Henrique Ceotto, durante a palestra de abertura “Tendências globais e imperativos de sustentabilidade na indústria têxtil”. Na ocasião, o executivo falou sobre a nova economia verde e enfatizou como o País se enquadra quando se trata de sustentabilidade. “O Brasil está unicamente posicionado para liderar a nova economia verde. Isso requer uma mentalidade diferente e uma habilidade de fomentar e estruturar novas cadeias que nós temos que desenvolver se quisermos capturar essa oportunidade”, afirmou.

Ceotto acrescentou que a base de consumo dessa década são os Millennials e as empresas precisam estar atentas. “É uma geração que está disposta a parar de consumir produtos de marcas que não seguem uma estrutura sustentável”, pontuou.

O executivo abordou, ainda, a questão da licença social para existir em tempos de ESG, principalmente em economias em desenvolvimento. “Não adianta só deixar que o desenvolvimento social ocorra por meio do governo. É papel de um grande empregador daquela região ajudar a criar os mecanismos para que aquela região se desenvolva, seja do ponto de vista de educação, de infraestrutura e saúde. Entretanto, é preciso ter cuidado para que isso não se torne um custeio para a empresa e sim um investimento”, ressaltou Henrique Ceotto.

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“O mercado têxtil e de moda sofreu diversas mudanças com a pandemia, promovendo novos comportamentos dos consumidores” foi outro tema relevante debatido ontem durante o primeiro painel do Congresso. O foco foi abordar os novos mercados que se abriram para a indústria têxtil e de confecção, especialmente por meio dos materiais avançados e novos canais de produção e consumo.

Uma das participantes foi a diretora da Futurebrand, Sabrina Capozzi, que destacou como as marcas precisam refletir em melhorar a vida dos consumidores, se preparando para o futuro e se adaptando ao longo do tempo. Além disso, Capozzi ressaltou que as empresas podem ditar microtendências. “Entre as tendências para 2023, o conselho é que as marcas se posicionem de modo positivo visando o futuro com otimismo”, disse.

O painel também contou com o fundador da Urbanic, James Wellwood,  que tem 100% de foco na moda com sustentabilidade e inclusão através de tecnologias avançadas. Além de falar sobre a história e o posicionamento da empresa, Wellwood apresentou as expectativas da Urbanic em investir na América Latina e no Brasil. “É esperado atingir cerca de R$10 bilhões anuais em vendas nos próximos 3 a 5 anos, aumentar a base de consumidores para 200 milhões na América Latina, além de expandir a fabricação local e sustentável”, disse.

“Futuramente, nas instalações do Brasil, iremos começar a utilizar matérias-primas regionais. Além de contribuir para a sustentabilidade, é uma oportunidade também de gerar empregos”, completou o fundador da Urbanic.

O diretor de Franquias e E-commerce da Lupo, Rogério Guimarães, também participou da discussão apresentando as principais inovações promovidas pela empresa que produz 200 milhões de peças por ano. Entre os destaques, ele citou as soluções tecnológicas para incrementar a experiência de compra dos consumidores no varejo. “Temos que ir onde o consumidor é encontrado e oferecer uma experiência consistente em todos os canais de atendimento”, afirmou. 

Entre as principais palestras de ontem do Congresso Internacional Abit 2022, estão o debate do mercado têxtil e de moda, que sofreu mudanças profundas com a pandemia, promovendo novos comportamentos dos consumidores; sustentabilidade é o tema central no futuro da moda e da indústria; entre outras. Já nesta sexta-feira, o público poderá acompanhar temas, como Inteligência Competitiva, Talentos e Competências de Futuro e outras.

A 7ª edição do Congresso Internacional Abit, que termina hoje, reúne diversos palestrantes brasileiros e internacionais para debaterem sobre inteligência competitiva, mercado, tecnologia, políticas públicas e investimentos, sustentabilidade, entre outros assuntos. Entre as principais palestras desta sexta-feira, estão Inteligência Competitiva, Talentos e Competências de Futuro, entre outras.

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