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Sustentabilidade & saúde mental

Sustentabilidade & saúde mental

Há grande sintonia entre esses dois assuntos tão importantes e afins. Primeiro, porque na dimensão Social da Sustentabilidade ficam os sistemas de suporte aos coletivos humanos, dentre os quais a Saúde, em cujo escopo está a mental. Segundo, porque na dimensão Espiritual tem-se o sujeito, individualmente, que pode fazer a diferença no mundo para o bem – como o cientista britânico Alexander Fleming (1881-1955), descobridor da penicilina – ou para o mal: caso dos mais de 300 atentados (só na primeira metade de 2022) de cidadãos estadunidenses que atiraram contra a população em shoppings, escolas, igrejas, boates e praças, vitimando, no mínimo, quatro pessoas a cada tiroteio.

A humanidade está doente demais para andar armada e se o incentivo a isso decorre de inspiração política, a doença é ainda mais grave. Não se respeita etnia, escolha política, sexual ou religiosa. Tampouco idade, gênero, obesidade ou deficiência. Falta saúde também espiritual, já que o preconceito é uma enfermidade da alma. Por vezes, há crimes bárbaros por motivos banais ou acidentais. E nunca se agrediu tanto sem revólveres, imagina com um na mão e mil demônios na cabeça?

Felizmente, há pessoas criando vacinas, fazendo música, comunicando com ética, ensinando com carinho e desejando a paz. Por que a Sustentabilidade se preocuparia com a sanidade individual? Por tudo o que pode acontecer de sustentável ou deplorável em função de uma única pessoa – da incrível descoberta científica ao abominável massacre. Também falta saúde mental às instituições face à impermanência humana, sendo imprescindível incluí-la nas pautas corporativas.

Que sejam admitidas e respeitadas doenças como a ansiedade (pânico incluído), a depressão, os transtornos (bipolar, TOC, alimentares e de personalidade), os surtos psicóticos, a dependência química e outras que a psiquiatria e a psicologia tratam com eficácia hoje. Deve-se combater a estigmatização do paciente e lhe prover meios para o tratamento e a reintegração. Ao se desconsiderar que há um ‘fator mental’ que pode impactar as gestões (pública, privada ou do terceiro setor) ou que é proibido adoecer por disfunções da alma, o que há de mais insustentável poderá marcar a pessoa ou um coletivo delas, para sempre.

Se o doente for um líder empresarial, o mal poderá propagar-se em escala, pois há riscos da paz dos liderados ser tragada pelo ralo emocional daquele que deveria tranquiliza-los, energiza-los e guia-los. Se o adoecido for um estadista, muitas dimensões da nação poderão ser comprometidas.

Extremismos ideológicos aliados a fundamentalismo religioso, tendo a hipocrisia como condimento podem gerar mentes perversamente sedutoras, que multiplicam seguidores e a própria loucura. Mas, só os bons loucos fazem a diferença (positiva) no mundo, porque estes são, naturalmente, inspirados pelos valores da dimensão Espiritual da Sustentabilidade.

Por isso, é imprescindível trazer a saúde mental ao debate, para que se conheça sua importância e seus perigos. Em tempo de influenciadores digitais sem formação em jornalismo; de jornalistas ‘brifados’ por ideais publicitários; de publicidade maquiando ímpetos cumulativos e de uma acumulação com superávits de doentes – mentais inclusive – a saúde pede socorro.

Mas, os hospitais podem estar anestesiados por médicos que assediam; enquanto o assédio da violência doméstica inspira vingadores da própria insanidade a agredirem idosos e esposas ou, com elas, matarem os próprios filhos. E filhos da carência de afeto a mirarem rifles contra a ausência de sentido de suas vidas desgraçadas, acertando inocentes em um mundo de culpados políticos que promovem a ídolos insanos corruptos, enquanto a corrupção espiritual sabota a possibilidade de consciências altruisticamente sustentáveis.

Em alusão a agosto, que os pais resgatem suas responsabilidades, dosando afeto e limite na educação de filhos mentalmente saudáveis, capazes de conquistar a própria sustentabilidade… e de promovê-la! Feliz Dia dos Pais!

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