Take Blip prevê faturar mais de US$ 100 mi neste ano

A startup mineira Take Blip, especializada em chatbots, tem tido uma experiência interessante com as ferramentas de publicidade do Google para se conectar a potenciais clientes. A plataforma, que usa inteligência artificial para facilitar a interação entre empresas e consumidores em diferentes canais, vem ganhando espaço no mercado com suas soluções para humanizar o atendimento digital e projeta receitas superiores a US$ 100 milhões em 2022.
Assim como outras empresas que atuam na oferta de suporte à digitalização de negócios, a startup viu seus números crescerem exponencialmente durante a pandemia de Covid-19, devido ao aumento da busca por soluções digitais que fizessem a ponte entre entre empresas e clientes. Foi neste contexto que as soluções oferecidas pela Take Blip ajudaram as marcas a continuar as atividades de venda, engajamento e atendimento por meio de canais de mensageria durante o período mais crítico da crise sanitária que atingiu todo o mundo nos últimos dois anos.
Mas além da demanda, o novo cenário também trouxe desafios. É o que explica a Head de Marketing da Take Blip, Bruna Parma. De acordo com ela, neste caso o desafio era escalar as entregas, uma vez que o produto já estava desenvolvido. Foi então que, em 2021, a empresa passou a usar os lances inteligentes do Google Ads, que usam inteligência artificial para otimizar as campanhas para alcançar mais clientes potenciais a um custo mais baixo. A estratégia gerou um aumento de 60% nos leads qualificados – que são aqueles com mais chance de se tornar clientes de fato – com um custo 33% menor.
“Essa união trouxe ganhos para a eficiência não apenas por trazer melhor resultado com menor custo, mas também por permitir uma a experiência com mais simplicidade. Eu capto e ‘traqueio’ os dados e tenho maior controle sobre a jornada do cliente daí para frente. É justamente compreender melhor quem são os clientes com maior chance de conversão e permanecer retroalimentando as informações, visando ser mais efetivo e trabalhando pelos algoritmos”, explica.
Na prática, permite captar elementos e características de leads com maiores chances de conversão, funcionando como uma fonte estratégica de insights e tendências de mercado. “Sem a ferramenta, posso captar pessoas que ainda não estão prontas para o consumo, que ainda estão na escala de desejo e possibilidade. Com ela, eu tenho a expectativa de que aquele cliente é uma persona que está muito aderente a solução”, completa.
E os resultados da estratégia já chegam ao negócio. O bom desempenho permitiu que a Take Blip ampliasse os investimentos no digital para atrair novos clientes, o que fez a empresa aumentar em quatro vezes o número de clientes e mais que dobrar de tamanho de 2020 para 2021. Para este ano, além das receitas de mais de US$ 100 milhões, existe a expectativa de manter o ritmo de crescimento na base de clientes. Para se ter uma ideia, apenas no último mês foram mais de 3 mil clientes ativos.
A Head de Marketing fala também do cenário desafiador para as startups de crescer de forma sustentável. “Objetivamos um crescimento global, não apenas referente a clientes, mas ao time e à operação como um todo”, ressalta.
Hoje a Take Blip está presente em mais de 25 países com clientes pagantes e segue em meio ao movimento de expansão e internacionalização dos negócios. “Trabalhando para ser um player global”, resume Bruna Parma. Isso significa, sobretudo, entrar nos Estados Unidos. Neste sentido, ela diz que o mercado americano é bem diferente do brasileiro, já que lá o uso do WhatsApp não é tão forte, mas que a empresa tem desenvolvido outras formas de acessar este e outros mercados, em vistas de aproveitar o movimento.
“Nosso produto já é global, já que nossa plataforma está conectada e associada aos principais canais de mensagens do mundo e tem uma estrutura, mas há uma estrutura a ser criada para um projeto deste tamanho”, conclui.
Fundada em 1999, a Take Blip foi líder de mercado no desenvolvimento de aplicações para mensagens SMS e toques de celular quando foi vendida em 2004. Anos depois, a empresa foi recomprada pelos fundadores. Hoje, gerencia o atendimento, engajamento e vendas de grandes empresas com clientes e fornecedores, conectando vários sistemas corporativos com canais de mensagens. Já soma quase 100 mil bots criados e mais de 10 bilhões de mensagens trafegadas na plataforma.
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