Tecnologia pode ser ferramenta para fomentar doações

A Campanha #DoaMG reuniu na tarde desta sexta-feira, cerca de 50 representantes de entidades e organizações do Terceiro Setor no Espaço Vão, do jornal DIÁRIO DO COMÉRCIO. O encontro promoveu debates, palestras e quatro mesas de diálogos.

Na abertura do evento, Carol Farias, líder do Dia de Doar no Brasil, apresentou a origem da campanha e incentivou a participação de todos no movimento, através do compartilhamento de boas ações em 29 de novembro com a #diadedoar. Carol Farias também enfatizou a relevância da união e da manutenção da criatividade para o fomento das doações.

“O que motiva a doação é o pedido. Quantas iniciativas aqui já comunicaram para todos os vizinhos que precisam de doações? No ano passado, mais de US$ 2,7 bilhões foram arrecadados nos EUA, no Giving Tuesday, em 89% dos casos o pedido veio através de uma ação inovadora de captação, de acordo com o Giving Tuesday Data Commons. No Brasil, o número foi de R$ 2,3 milhões”, comenta Carol Farias, revelando o potencial da cultura de doação que o País ainda pode avançar.

Nanda Soares, Diretora da Conectidea, correalizadora do evento, ressalta que o Conexão #DoaMG foi uma oportunidade de conectar pessoas e organizações em um evento inédito aberto à inovação com foco na transformação social.

“Quando agentes de transformação se unem, o impossível acontece. Com um propósito comum, nos mobilizamos para criar conjuntamente e abrir espaço de diálogo, saindo da intenção para a ação”.

Julia Caldas de Almeida, superintendente-executiva da Federação Mineira de Fundações e Associações de Direito Privado (Fundamig), enfatizou a necessidade de incorporar a cultura da doação e valorizar todo o ecossistema relacionado “Doar é um ato de responsabilidade e amor com o próximo. Desde o ato de pedir até a entrega daquilo que foi conquistado. E essa rede deve ser organizada de forma estratégica, inovadora e permanente para que haja uma verdadeira transformação”.

Ronaldo Gazel, especialista em gameficação e tecnologias, apresentou também novas ferramentas, cases de sucesso e as possibilidades do metaverso e seus impactos na otimização na busca por recursos.

“Toda a inovação, passando pelas tecnologias, encoraja, aumenta, potencializa e organiza as doações. Existem possibilidades de doações em moedas virtuais. Isso sem falar no ambiente do metaverso, com potencial de criação incalculável para o desenvolvimento de novas modalidades de pedidos de colaborações.”

Empresas do setor de tecnologia apresentaram produtos disponíveis. A Risu é uma plataforma multicanal de recebimento de captação on-line criada pelo mineiro Rodrigo Franzot. A proposta é oferecer um ambiente virtual de doação em forma de landing page, além de capacitação, mentorias e outros serviços em quatro modalidades de planos.

“Como voluntário, sempre senti falta de conseguir ter um jeito de variar minhas doações e poder doar recorrentemente. E, também, desejava fazer um negócio de impacto. Uni as duas coisas e criei a empresa há oito anos. Hoje somos 30 funcionários, em todas as capitais do Brasil, com 250 clientes. Em 2022, mediamos mais de R$ 10 milhões em doações feitos por mais de 100 mil brasileiros por meio da nossa tecnologia.”

Dolores Bertila Correa, Superintendente-Geral do Sistema Divina Providência, esteve no #DoaMG em busca de mais informações também na área de tecnologia. Ela está inovando na forma de buscar as doações.

“Todo nosso custeio mensal, como manter nossas 24 unidades em BH e quatro cidades de Minas, vem de doações. Então, precisamos de inovação, inclusive tecnológica. Estamos desenvolvendo um aplicativo só para doadores e parceiros. Reformularemos o site. E hoje saio desse evento sabendo que há infinitas outras ferramentas e possibilidades para aumentarmos ainda mais nossa corrente bem”, finaliza, confiante.