Tmov e Lenarge formam joint venture

Sediada em Belo Horizonte e com R$ 450 milhões de receita, a joint venture formada entre a Tmov – logtech e marketplace de oferta e demanda de cargas fechadas do Brasil -, e a Lenarge, transportadora especializada em cargas de mineração, siderurgia e construção civil, já nasce como uma das maiores do segmento. A nova empresa vai atuar em soluções de oferta de frete digital para esses tipos de cargas, com a união das soluções digitais completas da logtech com a expertise e a frota de mil caminhões da transportadora.
A nova empresa dá continuidade à estratégia de diversificação do modelo de negócios da Tmov e expande as possibilidades de atuação e digitalização da oferta de fretes da Lenarge.
De acordo com o diretor-presidente da Lenarge Transportes, Márcio Afonso Moraes, a transformação digital e o ritmo de entrada da tecnologia na logística de cargas fracionadas não se repete no transporte de cargas fechadas. E esse é um gap que precisa ser resolvido.
“A tecnologia está muito atuante no mercado de fracionados, mas no mercado de cargas fechadas ainda está começando. Precisamos mudar essa cultura de como lidar e conectar caminhoneiro e embarcador, permitindo que eles usem o celular para fazer a gestão do seu trabalho. Buscamos um parceiro forte nessa área porque desenvolver leva tempo e dinheiro. Daí surgiu a relação com a Tmov”, explica Moraes.
Com gigantes do mercado como clientes, a exemplo da Vale, J&F, Arcelor, Gerdau e CSN, a Lenarge faturou R$ 900 milhões em 2021. A empresa atua especialmente em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Pará e em toda a região Nordeste.
Já a Tmov, cuja atuação é nacional, possui em seu portfólio empresas como Gavilon, Nova Agri, Copersucar e JBS. A logtech projeta encerrar 2022 com um faturamento acima de R$ 2,5 bilhões, o que representa um crescimento acima de 56% se comparado com o ano anterior.
“Nossa missão é abrir o caminho digital para melhorar a vida do caminhoneiro, somando eficiência e transparência para a cadeia produtiva como um todo. Hoje somos os maiores do Brasil, mas nascemos pequenos no agronegócio. Depois buscamos outros segmentos da economia em que os caminhoneiros atuam. O bom dos nossos negócios é que são muito grandes e extremamente importantes para o Brasil. O mundo precisa daquilo que o Brasil tem. Então temos tendências de longo prazo muito boas’, pontua o CEO da Tmov, Charlie Conner.
O mercado de siderurgia, mineração e construção civil movimenta cerca de R$ 150 milhões de toneladas de carga ao ano sobre rodas. As operações da Tmov e Lenarge seguem de forma independente. A joint venture, que já passou pelo processo de aprovação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), terá um gestor próprio focado exclusivamente nela.
O novo negócio nasce do tamanho dos desafios impostos por um país de dimensões continentais, com grandes falhas de infraestrutura e desigualdades regionais gritantes. A isso soma-se a escassez de mão de obra qualificada especialmente no setor de tecnologia.
“A nossa expertise é lidar com as dificuldades típicas do Brasil: as distâncias, a má qualidade das estradas e a insegurança jurídica. Com tudo isso, crescemos 30% ao ano nos últimos cinco anos. Para fazer logística no Brasil, tem que ser teimoso e nós somos”, pontua o diretor-presidente da Lenarge.
“Muitas plataformas surgem e desaparecem no Brasil porque não entendem a complexidade do País. Nós demos certo porque nascemos de uma transportadora. Uma boa notícia é que os brasileiros gostam de tecnologia. Mas é certo que a mão de obra é um grande desafio. Acredito que para engajar pessoas, o primeiro passo é a visão que temos do nosso negócio. As pessoas querem saber que o trabalho que executam tem impacto. E, para nossa sorte, é difícil achar um mercado com mais impacto que a logística. Esse é um modelo inovador que pode ser replicado globalmente”, destaca o CEO da Tmov.
A união das duas empresas deve, também, potencializar as ações desenvolvidas para a mitigação dos impactos ambientais e sociais próprios e de clientes e parceiros. A Lenarge é certificada com as principais normas do mercado, como ISO 9001 e SASSMAQ, e está em processo de certificação para a ISO 14001. A empresa preza pelo controle de jornada dos motoristas, que alia alto desempenho por meio do controle de condução para redução de consumo de combustível e tecnologia. Há sete anos, a Lenarge é contemplada com o Prêmio Fetcemg (Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais) de Qualidade do Ar, que homenageia empresas que se preocupam com o meio ambiente e monitoram a emissão de poluentes em suas frotas.
A empresa é uma das pioneiras do setor de transportes a investir em práticas que se preocupam com critérios ambientais, sociais e parâmetros de excelência em governança corporativa. por meio de uma parceria com a Abundance Brasil, a Lenarge investe em florestas, aumenta a biodiversidade, colabora com as comunidades locais e contribui para a transição para uma economia mais sustentável.
“A ação da Lenarge é mais direta por ser a dona da frota, porém atuamos também com ganhos marginais a partir da nossa visão de melhorar a vida do caminhoneiro. Se otimizamos o trabalho, o motorista anda menos tempo com o carro vazio, temos uma economia de combustível. Um outro exemplo é o pedágio digital que libera o motorista a desacelerar e depois acelerar para passar pela praça de pedágio, isso também economiza combustível e mitiga as emissões de gases nocivos ao meio ambiente”, destaca o CEO da Tmov.
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