ToLife projeta crescimento de 300%

Apesar das restrições impostas pela pandemia do coronavírus, o mercado de startups no Brasil em 2021 continuou crescendo. De acordo com a Associação Brasileira de Startups, de 2015 até 2019, o número saltou de uma média de 4.100 para 12.700 startups criadas, representando um aumento de 207%. Hoje, o País tem 14.065 startups distribuídas em 78 comunidades e 710 cidades brasileiras.

No ranking de estados com mais startups no Brasil, São Paulo lidera, com 4.027 empresas, seguido de Minas Gerais, com 1.240. Em relação ao mercado de atuação, 9% das startups brasileiras são voltadas para a educação, 7% para outros serviços, 6% para finanças e 5% para saúde e bem-estar.

Neste segmento, está a ToLife, startup criada em Belo Horizonte há 12 anos, que oferece otimização dos serviços de saúde pessoal, prevenção e de sistemas de gestão e que está em processo de captação de aporte de capital para expandir seu leque de produtos.

O mais recente investimento recebido pela startup foi de R$ 4 milhões, disponibilizados pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), que destina recursos a empreendimentos que contribuem para o desenvolvimento sustentável e a integração da região.

Segundo estudo da Deloitte, em 2011 o investimento em tecnologia na área da saúde foi de US$ 1,1 bilhão. Este número saltou para US$ 7,4 bilhões em 2019 e para US$ 14 bilhões em 2020, o que  mostra a pujança do setor, que vem demandando cada vez mais soluções inovadoras baseadas em tecnologia.

Na média histórica, 56% dos brasileiros que precisam de serviços médicos em hospitais e postos de saúde se declaram insatisfeitos com o tempo de atendimento. A solução para esse tipo de problema passa necessariamente pelo investimento em tecnologia

É nesse contexto que a ToLife tem se destacado. Leonardo Lopes, CEO da empresa, explica que a startup já havia desenvolvido uma solução única no mercado brasileiro, destinada a otimizar o processo de classificação de risco e automatiza a execução de protocolos para reduzir os erros e tempos de processo. Em 2020, com a chegada da pandemia do coronavírus, a pressão sobre o sistema de saúde trouxe uma demanda difícil de atender: evitar longas filas de espera, aumentando o risco de contágio. A startup propôs a seus clientes expandir a sua solução para todo o pronto atendimento, usando dados, automação e inteligência para otimizar toda a jornada do paciente. Para isso, criou o Célerus, solução que otimiza processos em redes de urgência e emergência.

A solução também inclui um sistema de gerenciamento em tempo real que coleta dados em centenas de locais distintos e os integra em uma única tela, que se torna um painel de controle para gerenciar toda a rede de atendimentos. Com os dados da rede à disposição dos gestores, desde informações como a quantidade de pacientes em cada etapa do atendimento até o controle detalhada da ocupação de leitos, é possível garantir um cuidado maior para os pacientes, com menos óbitos e maior eficiência da equipe.

Mais de 60 clientes em todo o Brasil estão entre as instituições que utilizam a tecnologia da health tech mineira, que emprega cerca de 40 pessoas. Em 2020 e 2021 a empresa cresceu mais de 200%. Para 2022 e 2023, a ToLife projeto crescimento de 300%.

A empresa está presente em 14 estados, entre eles São Paulo, onde a Secretaria de Estado da Saúde está investindo US$ 200 milhões, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no projeto Avança Saúde SP. Já implantado em 49 unidades, o Célerus tem ajudado na absorção da sobrecarga dos serviços de urgência e emergência. Em Belo Horizonte, a empresa tem o Hospital Life Center entre seus clientes.

Além do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), a healthtech tem entre seus investidores a Oria Capital e a Vox Capital, agência que investe em negócios que geram impacto social e ambiental.