Toxi-Latin 2023 premia pesquisa da UFMG sobre nanopartículas de ouro

Reconhecida pela contribuição nas áreas de pesquisa, ciência e tecnologia, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) recebeu, na última semana de setembro, a terceira edição do Congresso Latino-Americano de Toxicologia Ambiental, Experimental e Nanomateriais (Toxi-Latin).
A universidade mineira apresentou um estudo sobre a toxicidade de nanopartículas de ouro para rins e fígado, desenvolvido no Instituto de Ciências Biológicas (ICB). A pesquisa ganhou o prêmio de melhor trabalho, na categoria Toxicologia Experimental, no Toxi-Latin 2023.
O trabalho concorreu, em sua categoria, com outros 116 de instituições brasileiras e estrangeiras. O estudo testa a segurança terapêutica de nanopartículas de ouro recobertas com medicamentos para o tratamento de tumores de cabeça e de pescoço humanos.
A pesquisa foi desenvolvida por Lídia Maria Andrade, que faz estágio de pós-doutorado no Laboratório de Biologia Molecular do ICB da UFMG. A aluna que também é dentista, mestra em ciências & técnicas nucleares e doutora em ciências da saúde, destaca que o prêmio abre portas para financiamento de projetos e é fator de valorização em concursos para docência.
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“É uma enorme satisfação ver o reconhecimento público do nosso trabalho”, afirma a pesquisadora.
Lídia Andrade, cofundadora do Nanobiomedical Research Group e membro da Rede Mineira de Nanomedicina Teranóstica, projeto apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), comenta o sucesso do trabalho Biocompatibilidade de nanopartículas de ouro revestidas com cetuximab para aplicações avançadas em teranóstica.
“O sucesso se deve aos modelos experimentais utilizados e ao controle de qualidade dos protocolos de síntese e biofuncionalização das nanopartículas de ouro”, explica.
A expressão teranóstico, criada recentemente, refere-se ao uso de determinado material tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento de uma doença.
A pesquisa ainda tem mais três etapas, desenvolvidas por outros profissionais da área. A fase da segurança toxicológica do projeto, é supervisionado pelo professor Guilherme Mattos Jardim Costa, do Departamento de Morfologia, está sendo finalizada. Já a fase de eficiência terapêutica está em andamento e adiantada, segundo informa a pesquisadora.
O projeto ainda passa por mais uma etapa, dessa vez, com a colaboração de pesquisadores dos Estados Unidos, com o objetivo de entender em profundidade como essas nanopartículas atuam no tratamento de tumores.
A Toxi-Latin
O Congresso Latino-Americano de Toxicologia Ambiental, Experimental e Nanomateriais (Toxi-Latin) reúne especialistas de diferentes nacionalidades para debater e apresentar estudos e novas descobertas que contribuam para o avanço do conhecimento dirigido à proteção da saúde humana frente aos riscos ambientais.
Em 2023, o tema do Congresso foi; “Desafios da toxicologia frente aos riscos ambientais e à saúde humana”. Os participantes focaram no desenvolvimento tecnológico e na inovação aplicados às diferentes áreas da toxicologia, dos estudos experimentais à clínica.
*Estagiária sob supervisão da edição
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