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UCB Power, com unidade em Extrema, firma parceria com empresa dos EUA

Acordo com americana Powin visa disputar o Leilão de Reserva de Capacidade da Aneel e ampliar mercado de baterias de grande porte no Brasil
UCB Power, com unidade em Extrema, firma parceria com empresa dos EUA
​A UCB Power é uma empresa brasileira especializada em soluções de armazenamento de energia, com presença no mercado há mais de 50 anos, e se destaca como líder na fabricação de baterias estacionárias de chumbo e lítio, além de sistemas de armazenamento de energia em baterias | Crédito: Reprodução ucbpower.com.br

A UCB Power, fabricante de sistemas de armazenamento de energia, assinou um Memorando de Entendimento (MoU) com a americana Powin, integradora global de armazenamento de energia, para desenvolver uma parceria tendo em visto o potencial do mercado nacional de baterias de grande porte, acima de 30 megawatts (MW).

No radar da parceria está o Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP) da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), dedicado exclusivamente ao armazenamento de energia, afirma o vice-presidente de negócios e inovação da multinacional brasileira, Marcelo Rodrigues. A empresa tem uma unidade em Manaus (AM) e outra na cidade de Extrema, no Sul de Minas.

A busca por um player internacional para projetos de armazenamento de energia em escala durou cerca de seis meses. Além da procura da UCB, a Powin também procurava uma parceria para firmar sua presença na América Latina. Marcelo Rodrigues destacou que a tecnologia da empresa americana será aliada à produção local e o conhecimento do setor de energia e do mercado nacional da UCB.

A UCB Power tem registrado um crescimento de 20% ao ano, em média, e estima crescer 25% neste ano. A Powin tem um histórico bem-sucedido em projetos de armazenamento de energia de 17 Gigawatt-hora (GWh), o que gerou interesse em participar das oportunidades do mercado de serviços públicos em escala do Brasil, que o leilão da Aneel pretende abordar.

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O memorando chega em um momento de expectativa da UCB com as definições do leilão da Aneel para soluções de maior capacidade de potência. “A UCB tem a competência da bateria. Sistemas, nós estamos falando da ordem de mega para gigawatt (GW), a gente precisou buscar um parceiro que tivesse competência e relevância para isso lá fora”, disse Rodrigues.

As definições do certame para armazenamento de energia serão decisivas para uma evolução do MoU em uma parceria comercial de fato. O executivo da UCB destaca que as empresas querem ter um entendimento claro de quais serão os requisitos que estarão presentes na portaria da Aneel com as diretrizes do leilão. Após isso, serão definidos os investimentos e a abordagem no mercado entre as partes.

Ele destaca ainda que uma preocupação com o leilão da Aneel para que o certame de baterias não seja desidratado no seu volume de capacidade por conta das usinas termelétricas. O volume ideal, na visão da UCB, seria de uma potência de 2 GW e 8 GW de armazenamento.

Uma sinalização nesse sentido da agência, além da perspectiva de leilões de reserva de capacidade com grandes volumes de energia, pode fazer o mercado investir R$ 40 bilhões no setor até 2030, segundo estimativas da Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia (Absae). “Isso seria uma sinalização não para a UCB, mas para o mercado inteiro de armazenamento de energia do Brasil. Isso vai acelerar muito os investimentos”, afirma.

Armazenamento de energia ainda é conservador no País

Em todo o mundo, foram comissionados 155 GW em armazenamento de energia no ano passado, enquanto no Brasil este volume foi de apenas 660 MW. O comissionamento é o processo com testes elétricos, com aplicações de carga dentro dos limites da subestação projetada, e os testes operacionais para verificar as condições da nova instalação através do levantamento de dados técnicos.

Marcelo Rodrigues considera que a discrepância desses números não faz sentido em um país de dimensões continentais como o Brasil. O mercado potencial a ser explorado é considerado extremamente grande, mas o País ainda tem uma abordagem considerada conservadora com relação à adoção dos sistemas de armazenamento de energia em escala no grid do Sistema Interligado Nacional (SIN).

“Pacificar a questão regulatória é super importante. Mercados mais maduros você não coloca nenhuma fonte intermitente com menos de 20% de bateria. A regulação vai ajudar muito isso”, ressaltou o executivo da UCB Power.

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