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Usiminas deve fechar 2024 com investimento de R$ 1,1 bilhão e aumentar preços do aço em 2025

Veja o balanço de 2024 da Usiminas e confira os projetos para o futuro
Atualizado em 19 de dezembro de 2024 • 15:25
Usiminas deve fechar 2024 com investimento de R$ 1,1 bilhão e aumentar preços do aço em 2025
Crédito: Divulgação/Elvira Nascimento

A Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) deve encerrar 2024 com um investimento total de R$ 1,1 bilhão, de acordo com o vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da empresa, Thiago Rodrigues.

Para 2025, segundo ele, a companhia ainda não tem um guidance, mas o capex não tende a ficar distante de R$ 1,7 bilhão, valor projetado inicialmente para este ano.

“Talvez a gente fique um pouco abaixo disso”, disse o executivo nesta quinta-feira (19) durante a Apimec Brasil 2024, reunião anual da Usiminas com investidores.

Em 2023, a empresa realizou um ciclo de aportes de R$ 3 bilhões. Em torno de R$ 346 milhões foram direcionados para a área de mineração, enquanto R$ 2,7 bilhões foram aplicados na reforma do alto-forno 3 da usina de Ipatinga, na região do Vale do Aço.

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Segundo Rodrigues, os benefícios dos investimentos já são sentidos pela companhia, que está em rump-up de produção e reduziu em 12% o custo por produto vendido por tonelada (CPV/t) na unidade de siderurgia. Também houve redução no uso de combustíveis e de gás natural, além de aumento da utilização de carga metálica e da produtividade do trabalho.

Usiminas deve aumentar preços do aço em 2025

A Usiminas deve aumentar os preços do aço em 2025 diante da pressão da desvalorização do real ante o dólar sobre suas contas, conforme informou Rodrigues. Segundo ele, a expectativa é de preços mais elevados do aço a partir do ano que vem, o que reflete a necessidade de recomposição pela desvalorização do câmbio.

“O real segue uma trajetória de desvalorização forte em 2024, principalmente pela desconfiança do mercado em relação à política fiscal. Já são quase 30% de queda desde janeiro. Para o setor siderúrgico isso significa maiores custos com matérias-primas, que em sua maioria são cotadas em dólar, e uma necessidade de repasse de preços do aço”, disse.

Segundo ele, os primeiros aumentos foram feitos pela siderúrgica no terceiro trimestre, e diante da trajetória ainda ascendente da desvalorização, a perspectiva é de novos repasses.

Projetos em andamento e para o futuro

Ao olhar para o futuro, o executivo destaca cinco projetos que estão em andamento ou serão iniciados em 2025, sendo quatro deles na siderurgia e um na mineração. São eles:

  • reforma da Coqueria 2;
  • nova planta de PCI (Sistema de Injeção de Carvão Pulverizado) do alto-forno 3;
  • instalação de um parque solar fotovoltaico;
  • construção de um novo gasômetro;
  • descaracterização da barragem Samambaia.

Confira os detalhes sobre os projetos

A reforma da Coqueria 2 da usina de Ipatinga teve início em 2024 e será finalizada em 2026, aumentando a vida útil do equipamento e o volume de produção de coque próprio. O investimento na modernização deve girar em aproximadamente R$ 950 milhões.

A nova planta de PCI do alto-forno 3 deverá entrar em operação até o final de 2025, com um aporte de cerca de R$ 600 milhões. A unidade será importante para a Usiminas diminuir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e os custos operacionais, injetando mais carvão pulverizado no alto-forno e reduzindo o volume de coque injetado no equipamento.

O parque solar fotovoltaico, fruto de uma parceria da Usiminas com a Canadian Solar, vai começar a operar em janeiro do ano que vem, de acordo com Rodrigues. Com o empreendimento em construção em Jaíba, no Norte do Estado, com investimento de R$ 1,35 bilhão, a empresa terá 30 megawatts médios (MWm) de autoprodução de energia.

Sem dar detalhes sobre o novo gasômetro, a ser construído em Ipatinga até 2027, o executivo destacou que o equipamento também ajudará a empresa a aumentar a geração de energia e reduzir custos, além de elevar a segurança operacional.

Sobre a descaracterização da barragem de Samambaia, localizada em Itatiaiuçu, na região Central do Estado, as obras estão 88% concluídas e devem ser concluídas em 2025, conforme o vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores. Ele destaca que essa é a última estrutura de rejeitos da companhia a ser descaracterizada. O aporte é de R$ 200 milhões.

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