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Vale conclui descaracterização da barragem Campo Grande em Mariana

Estrutura é a 19ª a montante eliminada; programa prevê 30 obras e soma investimentos de R$ 12,7 bilhões
Vale conclui descaracterização da barragem Campo Grande em Mariana
A barragem Campo Grande, em Mariana, é a 19ª a ter a obra de descaracterização finalizada pela Vale Crédito: VideoDelivery

A Vale concluiu, neste mês, a obra de descaracterização da barragem Campo Grande, na Mina Alegria, em Mariana, na região Central do Estado. A estrutura é a 19ª barragem a montante eliminada pela empresa, que chega a 63% do Programa de Descaracterização.

Os trabalhos incluíram a retirada do alteamento a montante, a reconfiguração da estrutura, o reforço do maciço, a impermeabilização e adequações no sistema de drenagem. A empresa informou que toda a documentação e as evidências técnicas serão encaminhadas aos órgãos competentes para validação final. Mesmo com a descaracterização, a barragem seguirá monitorada por, no mínimo, dois anos, conforme prevê a legislação.

Para o vice-presidente executivo Técnico da Vale, Rafael Bittar, o resultado consolida o andamento do programa. “A conclusão das obras de descaracterização da barragem Campo Grande demonstra como a inovação e a engenharia podem caminhar juntas para acelerar soluções seguras e sustentáveis. Alcançamos 63% de avanço no nosso Programa de Descaracterização, reforçando nosso compromisso com a segurança das comunidades e com a preservação ambiental”, afirmou.

O Complexo Mariana conta com outras duas estruturas em processo de descaracterização: Doutor e Xingu. No total, o programa prevê a eliminação de 30 barragens, sendo que 16 das já concluídas estão em Minas Gerais e 3 no Pará. Desde o início das intervenções, os investimentos somam R$ 12,7 bilhões.

Em setembro, a Vale concluiu as obras da barragem Grupo, na Mina de Fábrica, em Ouro Preto. Outro avanço no ano foi a redução do nível 3 para o nível 2 de emergência da barragem Forquilha III, também na Mina de Fábrica, o que fez com que a empresa deixasse de ter estruturas de nível máximo de emergência.

A empresa registrou ainda a retirada dos níveis de emergência das barragens Doutor, em Ouro Preto, e Dicão Leste, em Catas Altas, além da redução do nível 2 para o nível 1 da Xingu, em Mariana, que teve as obras de descaracterização iniciadas neste ano.

Todas as barragens a montante da Vale no País estão inativas e são monitoradas de forma permanente pelo Centro de Monitoramento Geotécnico, que opera 24 horas por dia, sete dias por semana.

Projeto de descaracterização de barragens

Após os desastres de Mariana e Brumadinho, a Agência Nacional de Mineração (ANM) proibiu, em 2020, as barragens construídas pelo método a montante – quando a estrutura é erguida com o próprio rejeito da mineração. As mineradoras ficaram obrigadas a descaracterizar esse tipo de barragem até agosto de 2022.

No entanto, a Vale firmou um termo de compromisso com o governo de Minas, órgãos reguladores e os Ministérios Públicos Estadual e Federal para um novo cronograma. Agora, a empresa prevê concluir o programa de descaracterização até 2035.

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